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Policial tem sequelas pós Covid-19, é intubado e família faz vaquinha para comprar medicamento em MT

Roosevelt San Martin, de 40 anos, fez o tratamento contra a doença em casa e se recuperou, mas, 17 dias após se curar da infecção, voltou a se sentir mal e foi internado em estado grave.

Data: Sexta-feira, 23/04/2021 19:58
Fonte: G1 MT

O policial civil Roosevelt San Martin Dias, de 40 anos, ficou com sequelas da Covid-19 e precisou ser intubado nessa quinta-feira (22), em Cuiabá. Ele foi diagnosticado com a doença no dia 26 de março, fez o tratamento em casa e se recuperou. Depois de 17 dias ele voltou a se sentir mal e foi internado no Pronto Socorro Municipal com 50% do pulmão comprometido.

O irmão de Roosevelt, Evandro San Martin Dias, contou ao G1 que a família está fazendo uma vaquinha online para arrecadar dinheiro para a compra do medicamento Actemra. Segundo ele, o irmão precisa tomar 800 mg do remédio, o que deve custar mais de R$ 40 mil.

 

“Hoje (23) o médico ligou dizendo que precisava desse medicamento urgente e não tem no hospital. Meu irmão está jogado por lá. A família está desesperada. Queremos fazer empréstimo no banco, vender carro, casa, tudo para tentar salvar a vida dele”, contou.

 

A Secretaria Municipal de Saúde informou que o medicamento é de alto custo e que, por isso, não é fornecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) aos hospitais.

"O médico prescreveu um medicamento de alto custo, voltado para tratamento de problemas arteriais, que não é fornecido pelo SUS. No entanto, no que cabe ao município, toda a assistência está sendo prestada ao paciente", disse.

Evandro disse que, além da vaquinha, a família está tentando contato com farmácias que possam fornecer o remédio.

“Ele é servidor público, mas com o salário que ganha não consegue fazer um plano de saúde. O pode público não está fazendo nada, então estamos pedindo ajuda pra todo mundo”, relatou.

A família do policial também recebe o apoio do Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso, que reuniu os profissionais da segurança para tentar ajudá-lo.

 

“Embora os servidores da segurança tenham iniciado a vacinação, temos os acompanhado com muita preocupação, pois continuamos com muitos policiais infectados pelo vírus. Graças ao espírito de solidariedade temos feito vaquinhas para ajudar, como é o caso desse nosso colega”, disse o presidente do Sindicato, Glaucio Castanhon.

 

Sequelas

 

Roosevelt não teve complicações graves durante o período que estava infectado pelo coronavirus. Segundo a família, ele teve sintomas leves e ficou em isolamento social com a mulher, que também estava infectada.

“Eles se recuperaram bem. Mas no dia 12 de abril meu irmão sentiu dores no pulmão e marcou uma consulta. Fez um exame e constatou que ele foi curado da Covid, mas estava com pneumonia viral. Apesar disso, o médico não receitou medicação e o mandou para casa”, relatou.

 

No dia 16 deste mês, segundo a Evandro, o policial começou a sentir falta de ar e foi levado pela família a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA).

“Ele deu entrada com 50% do pulmão comprometido. Ficou internado em observação e quando foi no domingo (18) a saturação começou a cair. Ele não podia ficar na UPA, por falta de estrutura, então foi para UTI do Pronto Socorro de Cuiabá”, contou.

Na unidade de saúde, Roosevelt foi tratado com medicamentos, fisioterapia e ventilação não invasiva.

Segundo Evandro, o tratamento estava melhorando a saturação do irmão, mas, depois de três dias, ele disse que não conseguia mais fazer os exercícios.

 

“Mandamos uma médica da família para analisar se precisava de um cateter nasal de alto fluxo. Ela pediu um tomografia e descobriu que o pulmão estava 80% comprometido. Nesse momento ele não conseguia mais falar”, disse.

 

Já na tarde dessa quinta-feira (22), o policial foi intubado.

“A saturação melhorou. Também foi trocado os antibióticos para ver como ele responde. Mas agora tivemos a surpresa desse medicamento que precisa ser tomado com urgência”, ressaltou.

O que é a 'Covid longa'?

 

A "Covid longa" (ou "Síndrome Pós-Covid", "Covid persistente" ou "Covid prolongada") é uma doença que pode atingir até 80% dos infectados. São pelo menos 55 efeitos de longo prazo (veja no infográfico acima).

Pesquisas reunidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que as mulheres são as que mais relatam complicações posteriores à infecção pelo novo coronavírus.

Um estudo britânico que acompanhou 1.077 pessoas que ficaram internados aponta que 7 a cada 10 pacientes não se sentiam totalmente recuperados 5 meses após alta (e 1 a cada 5 pessoas relatou dificuldades de ver, ouvir ou andar).