Pelo menos nove crianças e adolescentes foram torturados por policiais militares durante uma abordagem na Praça JK, em Jaciara, a 148 km de Cuiabá, na última quinta-feira (22), segundo relatos de mães ouvidas pelo G1. Um boletim de ocorrência denunciando o caso também foi registrado na delegacia.
A Polícia Militar informou que está adotando as medidas legais para a apuração da denúncia e que um procedimento interno será instaurado para apurar a conduta dos policiais.
A Polícia Civil disse que a Delegacia de Jaciara investiga a ocorrência. Um dos policiais envolvidos também registrou um boletim de ocorrência negando as agressões.
Nas redes sociais, a professora Leninha da Silva, mãe de uma das vítimas, de 14 anos, gravou um vídeo expondo o caso. Os meninos estariam na praça jogando bola quando foram abordados pelos militares.
Conforme as denúncias, três policiais estão envolvidos. Além de tapas no rosto e xingamentos, a equipe teria mantido os meninos em posição de cruz, queimado uma das crianças com um isqueiro e feito eles correrem.
“Quem abaixasse era ameaçado e xingado. Quem cantasse o hino nacional corretamente poderia ser liberado. Até a tabuada perguntaram para as crianças”, contou.
Conforme as denúncias, três policiais estão envolvidos. Além de tapas no rosto e xingamentos, a equipe teria mantido os meninos em posição de cruz, queimado uma das crianças com um isqueiro e feito eles correrem.
“Quem abaixasse era ameaçado e xingado. Quem cantasse o hino nacional corretamente poderia ser liberado. Até a tabuada perguntaram para as crianças”, contou.
Ao G1, o menino deu detalhes de como foi a abordagem.
“Chegaram e mandaram a gente colocar a mão na cabeça. Eles revistaram e depois começaram a bater em nós, fazendo nós ficar com os braços pra cima, queimando nós, batendo na minha cabeça. A salvação foi a mãe do menino que chegou, se não a gente tinha apanhado mais”, relatou.
Segundo o estudante, os policiais recolheram todos os celulares que estavam com os meninos.
“Eles abusavam de nós, tiravam sarro. [O policial] Pegou o celular de todo mundo, mexeu nas conversas, na galeria. Ele falava que nós usava drogas, chamando nós de 'noiados,' tudo isso”, contou.
Segundo as mães, nada de ilícito foi encontrado no local. Nenhuma das crianças foi apreendida. O Conselho Tutelar também não foi acionado.
Os policiais teriam falado para a mãe Leninha, que esteve no local, que o grupo estaria depredando o patrimônio público.
“Pedi que me mostrassem o que quebraram, pois me responsabilizaria, mas não tinha nada. Eles não tinham mais argumentos e não esperavam que uma mãe iria aparecer. Queriam mesmo era brincar e torturas as crianças”, ressaltou.
A professora relatou ainda que encontrou o filho com o rosto vermelho e inchado.