O nome completo da síndrome é Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica Temporariamente Associada à Covid-19 (SIM-P).
Desde julho, a notificação pela SIM-P se tornou obrigatória.
A primeira vez que o assunto veio à tona foi no dia 6 de agosto, quando duas crianças já estavam sendo acompanhadas, mas especialistas apontam a possibilidade para mais subdiagnósticos, já que a síndrome tem semelhanças com outra, a de Kawazaki, com febre, manchas vermelhas na pele, conjuntivite, edema de pés e mãos.
Nem todos os casos de SIM-P têm febre. As crianças diagnosticadas necessariamente testaram positivo para Covid-19.
Os sintomas podem evoluir de forma grave com insuficiência respiratória, doença renal aguda, insuficiência cardíaca aguda, com necessidade de internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), e podem evoluir para óbito.
Segundo o Ministério da Saúde, dentre os casos confirmados para SIM-P temporalmente associada à covid-19, cerca de 28% apresentavam algum tipo de comorbidade preexistente e mais de 61% dos pacientes necessitaram de internação em unidade de terapia intensiva (UTI).
Os sintomas mais comumente relatados foram os gastrointestinais (dor abdominal, diarreia, náuseas ou vômitos) e estavam presentes em cerca de 79% dos casos, 57% dos pacientes apresentavam rash cutâneo, 40% apresentavam conjuntivite, 40% desenvolveram disfunções cardíacas, 35,4% tiveram hipotensão arterial ou choque e 30% dos pacientes apresentaram alterações neurológicas como cefaleia ou confusão mental. Evidência de coagulopatia esteve presente em 53% dos casos.
Cerca de 68% dos pacientes apresentaram sintomas respiratórios, incluindo coriza, tosse, dispneia ou queda da saturação.
Os casos suspeitos de SIM-P devem realizar o teste RT-PCR para e sorologia quantitativa. Na ausência de critérios laboratoriais, a vigilância epidemiológica local deve avaliar se o caso suspeito teve contato com caso confirmado de covid-19 para auxiliar na classificação final do caso e preferencialmente realizar investigação domiciliar.
O monitoramento da SIM-P temporalmente associada à Covid-19 é importante para avaliar a magnitude da infecção na faixa etária pediátrica, visto que é uma condição recente e potencialmente grave, em que os dados clínicos e epidemiológicos evoluem diariamente.