Mato Grosso registrou 14,5 mil casos de hepatites virais em 20 anos. O dado consta em um boletim divulgado pelo Ministério da Saúde. Por isso, o Maio Vermelho é a campanha de saúde voltada à conscientização da população sobre a importância de prevenir a doença que é caracterizada por uma inflamação do fígado.
Divulgado em 2020, o boletim epidemiológico identificou aproximadamente 14,5 mil casos confirmados de hepatites virais em Mato Grosso, de 1999 a 2019.
Compartilhar alicates de unha, lâminas de barbear e outros objetos de uso pessoal, assim como não lavar as mãos após usar o banheiro, manter relações sexuais sem o uso de preservativo, não lavar os alimentos adequadamente etc., são hábitos que podem facilitar o contágio de vírus como a hepatite.
Existem vários tipos de Hepatites, mas as mais conhecidas são as do tipo A, B e C. Em alguns casos, as do tipo A e B podem ser apresentar como hepatite aguda, com manifestação de sintomas como urina escura, olhos amarelos, náuseas e mal estar.
Se não tratada adequadamente, a doença pode causar cirrose e até evoluir para um câncer. Há casos com necessidade de transplante de fígado. Dependendo da gravidade, pode levar à morte.
Em 11 estados, a incidência estadual de hepatite A foi maior do que a da respectiva capital, a saber: Acre, Pará, Tocantins, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás, sendo que algumas dessas regiões apresentaram taxas praticamente iguais às de suas capitais.
Ainda, 12 estados apresentaram taxas de detecção de hepatite B superiores às observadas em suas capitais, a saber, da maior para a menor taxa da capital: Acre, Rondônia, Amazonas, Paraná, Mato Grosso, Santa Catarina, Goiás, Pará, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia e Amapá.
Hepatite A: caracteriza-se por ser uma infecção viral aguda. A contaminação se dá pela ingestão de água ou alimentos que carregam o vírus. Está diretamente ligada a questões de saneamento básico e higiene pessoal. Inicialmente os sintomas são inespecíficos como fadiga, mal-estar, febre e dores musculares. Posteriormente, podem ocorrer vômitos, dor abdominal, urina escura, coloração amarelada da pele e olhos (icterícia). O diagnóstico é realizado por exames de sangue. Existe vacina para prevenção da doença.
Hepatite B: a contaminação se dá, essencialmente, por contato sexual, mas também pode ocorrer por meio de materiais cortantes ou perfurantes contaminados por sangue, como agulhas. Um exemplo é a colocação de piercings ou ao fazer uma tatuagem. Também há vacina para prevenir e existe tratamento eficaz contra a doença. Usar preservativo em todas as relações sexuais e evitar compartilhamento de objetos pessoais cortantes, como alicates de cutícula, são formas de prevenção.
Hepatite C: nesse tipo, a contaminação também ocorre por meio do compartilhamento de objetos cortantes, como lâminas de barbear. Considerada doença sexualmente transmissível, o surgimento de sintomas é considerado raro, no entanto, podem haver ocorrência de manifestações como cansaço, tontura, enjoo, febre, olhos amarelados e urina escura. É necessária a realização de exames específicos. A prevenção consiste em não compartilhar objetos de uso pessoal e adoção de preservativo nas relações sexuais.