De acordo com a GCCO, no momento de ter o bebê, ao invés de entregar os documentos pessoais, a grávida entregou a identidade da suspeita para posteriormente facilitar o registro da criança.
O bebê do sexo masculino nasceu no dia 20 de abril e foi entregue pela mãe para a suspeita.
Hospital
No período em que ficou no hospital, o que chamou a atenção dos médicos e enfermeiros, foi o fato de a mãe ser deficiente auditiva, o que dificultava a sua comunicação com os profissionais do hospital.
A grávida utilizava aparelho de audição e os servidores do hospital tinham que tirar a máscara para que ela fizesse a leitura labial.
Esse foi um ponto fundamental para as investigações, pois quando os investigadores identificaram a pessoa que constava no documento entregue no hospital, descobriram que ela não possuía deficiência auditiva, se tratando claramente de outra pessoa.
Com a descoberta, desde segunda-feira (17), os policiais buscavam a suspeita, porém, ela entregou a criança para irmã e fugiu não sendo mais localizada.
O bebê foi encontrado com a irmã da investigada, que foi ouvida como testemunha na GCCO, e confirmou as informações apuradas pelos policiais.
A suspeita irá responder pelo crime de “Parto Suposto”, previsto no artigo 242, do Código Penal, popularmente conhecido como adoção à brasileira, que é quando o autor dá como seu o parto de outra pessoa.
Segundo o delegado da GCCO, Vitor Hugo Bruzulato Teixeira, as investigações continuam para descobrir outras condutas penais, uma vez que há informações que a grávida sofreu tortura, cárcere privado enquanto estava gestante.
A polícia também investiga qual era a real intenção da mãe em relação à criança.
O delegado representou pela prisão da suspeita e a cópia do procedimento foi encaminhada para a Delegacia Especializada de Direitos da Criança e do Adolescente (Deddica) que atuará junto à GCCO nas investigações.
Esquema em rede social
Conforme o delegado, o que levou a GCCO assumir a investigação foi a possibilidade de crimes mais graves, envolvendo um esquema criminoso instalado em Mato Grosso, para negociação de recém-nascidos.
Há informações sobre um grupo em rede social que faz a negociação dessas crianças, em que há mulheres interessadas na entrega dos bebês logo após o nascimento para adoção, sem os devidos tramites legais.