O líder do grupo criminoso alvo da Polícia Federal, em operação deflagrada nesta quinta-feira (20), com objetivo de reprimir e desarticular organização criminosa responsável por tráfico de drogas interestadual, na região conhecida como Vale do Araguaia, está internado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) com Covid-19. Ele e seus comparsas foram inclusive flagrados acendendo uma churrasqueira com notas de R$ 100 do auxílio emergencial, que recebiam indevidamente, como forma de debochar do valor, que era infinitamente menor do que eles conseguiam com os crimes.
O homem apontado como líder do grupo – e que não teve o nome divulgado - não foi preso de imediato porque está hospitalizado com 80% do pulmão comprometido em decorrência da Covid-19. Ele é monitorado pelos agentes da Polícia Federal.
Conforme o delegado da PF de Barra do Garças, Murilo de Oliveira Freitas, o homem nunca havia sido preso ontem e entrou na mira do órgão quando passou a ostentar na região com fotos mostrando dinheiro e até mesmo queimando cédulas de dinheiro do auxílio emergencial. Além disto, até crianças apareciam brincando com maços de notas de R$ 50 e R$ 100 nas mãos.
Ainda segundo o delegado, não há indícios, até o momento, de que eles tenham vínculo com facções. A informação é de que, inclusive, eles estariam incomodando os membros destes grupos, por conta da ‘concorrência’.
A Polícia Federal ainda investiga se a organização criminosa seria responsável por ordenar algumas execuções que ocorreram na região e que podem estar vinculados à disputa de 'poder' e comando do tráfico no Vale do Araguaia.
As investigações tiveram início em janeiro de 2021 quando a Polícia Federal, identificou a similaridade de atuação de pequenos traficantes de drogas que atuavam na região do Vale do Araguaia. Após diligências, foi possível identificar uma das lideranças do tráfico na região, que recebia grandes quantidades de droga e pulverizava para os traficantes locais.
Policiais Federais cumpriram 28 mandados judiciais expedidos pela Vara Criminal de Aragarças/GO, nas cidades mato-grossenses de Barra do Garças, Cuiabá, Querência, Porto Esperidião e Pontes e Lacerda, também nas cidades de Aragarças e Jussara em Goiás. Entre os mandados expedidos, 7 são de prisão preventiva e 21 de busca e apreensão.
Além das prisões cautelares realizadas, durante o cumprimento dos mandados judiciais, 03 pessoas foram presas em flagrante delito pelo crime de tráfico de drogas e porte ilegal de arma de fogo, bem como uma grande quantidade de valores em espécie apreendida em diversos locais de cumprimento de busca e apreensão.
O nome da Operação – “HOT MONEY” - deve-se ao fato de que todos os investigados têm no tráfico de drogas o seu modo de vida. Nesse sentido, paradoxalmente, “esquentam o dinheiro” através do exercício da mercancia de drogas ilícitas. Consequentemente, esse “dinheiro quente” em espécie é a única “fonte de renda” da maioria dos investigados.