O deputado estadual Oscar Bezerra (PSB) afirmou que pode migrar para o Partido Social Liberal (PSL) do polêmico deputado federal Jair Bolsonaro, que é candidato a presidência da República. Com isso, Bezerra seria um forte cabo-eleitoral de Bolsonaro em Mato Grosso, principalmente na região Norte, onde o parlamentar tem forte base eleitoral nas cidades como Juara, Juína, Juruena, Cotriguaçu e Nova Bandeirantes.
“Tenho sim uma simpatia pelo partido, mas as conversas são iniciais. Primeiro preciso entender qual é a intenção da sigla, os objetivos dela aqui no Estado, mas houve uma primeira conversa nesse sentido”, disse Bezerra.
A situação partidária do deputado ainda está indefinida devido aos desentendimentos que ele teve com o presidente do Partido Socialista Brasileiro (PSB), Valtenir Pereira. Sem conseguir estabelecer um diálogo com Pereira, Bezerra ainda estuda as propostas de migrar para os partidos PP, PR, PPS e DEM.
O deputado refere-se à postura de Pereira que, segundo ele, quando assumiu a direção estadual do PSB centralizou as decisões do partido impedido que lideranças regionais tivessem autonomia para atuar em suas respectivas bases eleitorais.
No entanto, apesar das agruras, Bezerra disse que está aberto para conversas e que dependendo da situação pode até permanecer no partido. “Na política tudo é possível. Talvez o Valtenir tenha mudado de postura, repensado as atitudes, mas o problema é que ele não chama para o diálogo. Acho que ele quer que a gente saia mesmo”, disse ao se referir às lideranças políticas dissidentes do PSB
Ele articula sua saída do PSB juntamente com o deputado estadual Mauro Savi, que mantém diálogos constantes com os democratas. Ainda acredita que até o começo de março, os dois anunciarão se ficam na sigla socialista ou se mudam mesmo de partido.
Bezerra admite que tem maior simpatia pelos progressistas, já que possui amigos na legenda como o ministro da Agricultura Blairo Maggi, o secretário de Políticas Agrícolas, Neri Geller, e o secretário de Obras Públicas de Cuiabá, Vanderlúcio Rodrigues. “Já conversei com as lideranças do PP e a receptividade é boa por lá. No entanto, há um grupo dentro do partido que está resistente ao meu nome por entender que políticos com mandato possuem uma base eleitoral consolidada que pode atrapalhar candidaturas emergentes”, ponderou.
O DEM seria outra opção, no entanto a situação é mais delicada por causa do deputado estadual Dilmar Dal Bosco, que é o presidente da sigla em Mato Grosso. Oscar é amigo de Dal Bosco e não quer que sua ida para os democratas provoque um possível racha na legenda.
“Acontece que a base eleitoral do Dilmar é a mesma que a minha. Por exemplo, em Juara: eu não posso fazer o mesmo trabalho de base que já é feito pelo Dilmar. Se eu fizer isso estarei fazendo o mesmo papel que o Valternir no PSB”, finaliza Bezerra.