A colheita do milho se aproxima de dois por cento da área total cultivada em Mato Grosso, segundo o Imea. Como era previsto, há um atraso significativo com relação ao ritmo das últimas safras, quando mais de 8% das plantações já estavam colhidas. Diferença decorrente do plantio mais tardio das lavouras nesta temporada.
Conforme as máquinas avançam no campo, aumenta a apreensão de muitos agricultores com o desempenho das lavouras. É que o desempenho dos milharais tem deixado a desejar. Resultado direto da falta de chuvas em momentos importantes do desenvolvimento das plantas.
Em Nova Mutum, os agricultores já colheram cerca de 3% da área cultivada, segundo o Sindicato Rural do município. “As primeiras lavouras estão muito heterogêneas na questão da produtividade. Nós temos relatos de produtores que colheram 70, 90, 120 até 150 sacas por hectare. Isso nos traz muita preocupação, porque cerca de 40% do nosso milho está fora da janela. E são as áreas que serão colhidas no fim de julho, início de agosto. Isso quer dizer que nós devemos ter uma perda de produtividade geral entre 15% e 20% no município. Nós temos que lembrar que, nos outros anos, as primeiras lavouras vinham com altos índices de produtividade e este ano está inverso. Nós estamos tendo já no começo, no princípio da colheita, lavouras com baixos índices de produtividade”, explica Emerson Zancanaro, presidente do Sindicato Rural de Nova Mutum.
A previsão do Imea é de que a produtividade média das lavouras de milho em Mato Grosso fique em torno de 93,8 sacas por hectare, 14% a menos que no último ciclo, quando os agricultores colheram em média 109,02 sacas por hectare. Com isso, a produção total prevista é de 32 milhões de toneladas do cereal, recuo de quase 10% (3,45 milhões de toneladas) na comparação com a safra 2019/20.