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Grupo tenta evitar que incêndios no Pantanal de MT sejam como em 2020 quando o fogo destruiu 2,2 milhões de hectares

Os Guardiões do Pantanal são representantes das cadeias produtivas, seja ela pecuária, turismo ou agricultura familiar, que vivem na maior superfície alagada do planeta e dela tiram o sustento.

Data: Segunda-feira, 28/06/2021 15:07
Fonte: G1 MT

O grupo Guardiões do Pantanal está elaborando um relatório com todas as ações preventivas de combate aos incêndios florestais que foram realizadas pelo governo e entidades governamentais e não-governamentais no Pantanal de Mato Grosso, bem como as medidas que estão em andamento e outras que foram reivindicadas, porém não atendidas.

Os Guardiões do Pantanal são representantes das cadeias produtivas, seja ela pecuária, turismo ou agricultura familiar, que vivem na maior superfície alagada do planeta e dela tiram o sustento.

O documento será entregue à Comissão de Políticas Públicas para o Pantanal da OAB-MT.

A comissão foi criada pela entidade no ano passado, após a tragédia vivenciada durante a estiagem, quando 2,2 milhões de hectares foram consumidos pelo fogo no bioma do lado mato-grossense.

Segundo o representante do grupo e presidente do Sindicato Rural de Poconé, a 104 km de Cuiabá, Raul Santos, os diálogos estão acontecendo desde o ano passado e muitos avanços foram alcançados. Um deles foi os cursos de capacitação para combate ao fogo e para formação de brigadistas, coordenados pelo Corpo de Bombeiros.

Também houve priorização dos empresários rurais pantaneiros na concessão do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO), que é operado pelo Banco do Brasil e contribuiu para que muitas áreas voltassem à atividade. No ano passado, as chamas destruíram até 90% de algumas fazendas, o que implicou na reconstrução de toda infraestrutura, como cercas e currais.

Contudo, Raul Santos lembra que alguns pontos ainda estão na pauta de reivindicações dos pantaneiros, mas não foram atendidos. Entre eles uma política pública para a retomada das fazendas abandonadas e manutenção das famílias tradicionais na região.

No caso das fazendas, além das questões relacionadas à economia, o abandono de pastagens prejudica muito o combate aos incêndios porque as áreas estão tomadas por material lenhoso e têm o acesso repleto de obstáculos devido à falta de manutenção.

Outro problema é relativo às pequenas áreas de administração familiar, onde as pessoas deixam o espaço por conta das dificuldades relacionada à assistência em saúde e, principalmente educação.

Desde então, a entidade começou a entrar em contato com o poder público, bem como entidades que atuam na região para tentar contribuir de alguma forma. Então, definiu-se que os trabalhos seriam focados em acompanhar e propor medidas para que situação semelhante não acontecesse nos anos subsequentes.

O presidente da Comissão de Políticas Públicas para o Pantanal, Flávio Ferreira, explica que quando a situação dos incêndios no Pantanal tomou projeção nacional e internacional, chamou à atenção da OAB nacional, que imediatamente solicitou a abertura da comissão à OAB Mato Grosso.

Na lista de reivindicações também estava melhorias com a comunicação, já que a ausência dela prejudicou muito o combate ao fogo. Por isso, diálogos estão sendo realizados para a construção de torres de celular em alguns pontos do Pantanal.

Outra frente importante, na avaliação do advogado, é junto aos parlamentares das bancadas estaduais e federais, com o objetivo de conseguir recursos para a melhoria de infraestrutura e da competitividade dos proprietários rurais.