Um homem foi preso na noite dessa terça-feira (6) em Lucas do Rio Verde, a 334 km de Cuiabá, suspeito de envolvimento na morte de Indiana Geraldo Tardett, de 42 anos, em maio deste ano.
Segundo a Polícia Civil, o suspeito se apresentou na delegacia, onde foi cumprida a prisão temporária decretada pela Justiça no curso da investigação do feminicídio.
Esse suspeito estava foragido, escondido desde a decretação da prisão na cidade de Campinas (SP).
Os outros envolvidos, o ex-marido da vítima e a mulher do suspeito preso nessa terça-feira foram presos anteriormente.
A investigação da Polícia Civil apurou que o ex-marido de Indiana teria planejado toda a ação criminosa, contratando outras duas pessoas para executar o crime.
O casal contratado era conhecido da vítima e do ex-marido dela.
Conforme a investigação, a vítima teve um relacionamento de cinco anos com o suspeito, mas estava separada já há algum tempo.
No dia 31 de maio, a filha de Indiana procurou a polícia informando que não estava conseguindo contato com a mãe desde o dia 30.
Os policiais foram até a casa da vítima e encontraram o veículo dela na garagem e a porta apenas encostada. Ao entrar na residência, a equipe encontrou o corpo no quarto, com a cabeça enrolada em um cobertor. Uma faca estava na mão direita da vítima e o pulso apresentava um corte, simulando suicídio.
O delegado instaurou um inquérito para apurar a causa da morte e com as informações coletadas no decorrer da investigação foi apurado que os envolvidos tentaram fraudar o local do crime.
A polícia, então, descobriu que o ex-marido de Indiana teria planejado toda a ação, contratando outras duas pessoas para executar o crime. O casal contratado era conhecido da vítima e do ex-marido dela.
Para atrair Indiana, o casal simulou um ritual de magia com ela. No entanto, era uma simulação para tirar a chance de defesa da vítima. Segundo a polícia, a mulher foi morta com um golpe na cabeça, que, pela posição, evidencia que ela possivelmente estava de joelhos quando foi atingida.
Para confundir a polícia, os envolvidos cortaram os pulsos e o pescoço da vítima para simular um suicídio.
Durante o ano passado, 1.084 denúncias de descumprimento de medidas protetivas de urgência foram feitas em Mato Grosso, conforme dados do Sistema de Registros de Boletins de Ocorrências (SROP) da Polícia Civil.
Em 41%, foram realizadas prisões em flagrantes, totalizando 449 detenções. Já em 53% dos boletins registrados, as unidades policiais instauraram inquéritos para apurar o delito, o que ocorreu quando não houve prisão em flagrante ou a denúncia foi feita após o fato.
O descumprimento da medida protetiva é crime previsto pela Lei Maria da Penha, que estabelece uma pena de detenção de três meses a dois anos à quem descumprir a decisão judicial.
A lei prevê ainda que o descumprimento enseja prisão em flagrante delito e somente a autoridade judicial poderá conceder fiança.