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SINVAL BARBOSA FAZ DELAÇÃO CONTRA BLAIRO MAGGI, SENADORES, DEPUTADOS E TCE

Data: Sexta-feira, 04/08/2017 16:28
Fonte: Andria Molina

O ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP) classificou como “mentirosa, leviana e criminosa”, as acusações do ex-governador Silval Barbosa (PMDB) de que teria participado de um esquema para liberar dinheiro de precatórios (dívidas decorrentes de sentenças judiciais) estaduais em troca do apoio de parlamentares do Estado. Para ele, o objetivo de Silval, que foi vice-governador de Maggi entre 2007 e 2010, é “manchar” sua reputação.  

Maggi ainda lançou suspeitas sobre acordos de colaboração premiada que vem sendo firmados nas mais variadas operações realizadas no país. “Causa estranheza e indignação que  possíveis acordos de colaboração, muitos ainda não homologados, coloquem em dúvida a credibilidade e a imagem de figuras públicas que tenham exercido com retidão, cargos na administração pública”, diz trecho de nota encaminhada pelo ministro.

Conforme publicado pelo jornal Folha de São Paulo, nessa sexta-feira (04), uma das revelações de Silval, em delação premiada junto à Procuradoria Geral da República, foi de que o acordo teria acontecido ao fim da gestão de Maggi como governador do Estado.

Nas investigações da Polícia Federal, desenroladas ainda na “Operação Ararath”, foi constatado que entre 2009 e 2012, o governo de Mato Grosso pagou R$ 260,6 milhões à empreiteira Andrade Gutierrez referente a dívidas por obras feitas pelo grupo na década de 1980.  As investigações ainda descobriram que assim que recebeu uma garantia de pagamento, a construtora vendeu os créditos dos precatórios à Piran Participações, com deságio de 54%, o que gerou prejuízos financeiros à empreiteira.

Em resposta, Maggi afirmou que os pagamentos de precatórios durante sua gestão cumpriram todos os ritos exigidos pela legislação. Ele destacou ainda que vários órgãos acompanharam os procedimentos. Ele, porém, garante não saber da relação entre a empreiteira e a Piran Participações.

“O destino dos recursos já no âmbito da iniciativa privada não é da alçada de um governador de Estado, de modo que desconheço, em absoluto, qualquer relação comercial entre a Andrade Gutierrez e a empresa Piran Participações”, colocou.

Maggi ainda negou ter participado de qualquer negociação “espúria” durante sua vida pública ou empresarial e refutou qualquer acusação de ter “comprado” apoio de deputados estaduais durante sua gestão. “Sempre respeitei o papel constitucional das Instituições e pautei a relação harmônica entre os poderes sobre os pilares do respeito à coisa pública e à ética institucional”, assinala.

Por fim, o ministro aguarda ter acesso as declarações e documentos encaminhados por Silval para poder se defender. “O momento exige serenidade e responsabilidade”.

DELAÇÃO BOMBÁSTICA

De acordo com a reportagem do Folha de São Paulo, o acordo de colaboração de Barbosa foi assinado há cerca de dois meses com a PGR (Procuradoria-Geral da República) e aguarda homologação do ministro Luiz Fux, do STF (Supremo Tribunal Federal). 

Dos nomes citados na delação, a Folha de São Paulo listou os senadores Wellington Fagundes (PR) e Cidinho Santos (PR), suplente de Maggi. Segundo a publicação, o ex-governador também envolveu três deputados federais, conselheiros do Tribunal de Contas e ainda deputados estaduais. Ele teria, inclusive, entregado vídeos de políticos recebendo dinheiro.

VEJA A NOTA DE BLAIRO MAGGI

Deixo claro, desde já, que causa estranheza e indignação que  possíveis acordos de colaboração, muitos ainda não homologados, coloquem em dúvida a credibilidade e a imagem de figuras públicas que tenham exercido com retidão, cargos na administração pública. Mesmo assim, diante dos questionamentos, vimos a público prestar os seguintes esclarecimentos:  

1. Nunca houve ação, minha ou por mim autorizada, para obstruir a justiça ou atrapalhar as investigações. Essa afirmação é mentirosa, leviana e criminosa. 

2. O rito obedecido no caso dos pagamentos de precatórios à Andrade Gutierrez foi absolutamente legal, com atuação dos órgãos consultivos da estrutura do governo do Estado de Mato Grosso, e de acordo com os procedimentos exigidos.

3. O destino dos recursos já no âmbito da iniciativa privada não é da alçada de um governador de Estado, de modo que desconheço, em absoluto, qualquer relação comercial entre a Andrade Gutierrez e a empresa Piran Participações.

4. Nunca participei de qualquer reunião com fins espúrios, seja como governador ou em qualquer outra função que já desempenhei nas iniciativas públicas ou privadas.

5. Jamais utilizei de meios ilícitos na relação entre o Poder Executivo e a Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso. Sempre respeitei o papel constitucional das Instituições e pautei a relação harmônica entre os poderes sobre os pilares do respeito à coisa pública e à ética institucional; 

6. Por fim, entendo ser lamentável os ataques a minha reputação, mas estou com a consciência tranquila e assim que tiver acesso ao teor da possível delação usarei de todos os meios legais necessários para me defender, pois definitivamente acredito na Justiça. O momento exige serenidade e responsabilidade. 

Blairo Maggi