Nesta terça-feira (20) um homem acusou agentes da Polícia Militar e servidores da Secretaria de Estado de Meio Ambiente de Mato Grosso (Sema-MT) de tortura durante uma ação da Operação Amazônia, realizada em Colniza (1033 km de Cuiabá). No momento da denúncia a suposta vítima estava acompanhada de outros moradores da região, que registraram em vídeo o contato com os policiais. Apesar do registro, a PM afirmou que nenhuma denúncia chegou a ser formalizada.
O vídeo que segue circulando nas redes sociais mostra o homem com hematomas pelo corpo, principalmente na região do glúteo. Questionado pelos policiais militares e também pelos próprios moradores sobre quem teria cometido a agressão, o homem não apontou responsáveis. Enquanto mostrava os hematomas, o autor da acusação afirmava apenas que teriam sido pessoas que estavam em uma caminhonete da Sema.
No vídeo é possível ver ainda um dos policiais militares orientando o homem a buscar uma delegacia e realizar a denúncia sobre as agressões sofridas. Apesar disso, a PM confirmou nesta quinta-feira (22) que até o momento nenhuma denúncia foi formalizada.
A ação realizada no local tinha como foco o combate ao crime ambiental, em especial o desmatamento ileal. No mesmo dia em que o homem acusou os agentes, a operação resultou na apreensão de maquinários, duas armas de fogo e conduziu um suspeito à delegacia. Todo o material seriam utilizados para a retirada de madeira de forma ilegal.
Clima tenso na região
Em nota, a Sema alegou que há na região um conflito entre os servidores e pessoas que promovem o desmatamento ilegal. Durante a ação, foi identificado um suspeito portando uma motosserra sem registro. Em seguida, no barraco utilizado como alojamento pelos infratores, foram localizados mais dois suspeitos com armas em punho, que evadiram do local.
O órgão relatou que foram realizadas buscas na mata, onde os policiais encontraram armas de fogo e munições intactas e deflagradas. Nas proximidades, os militares localizaram um caminhão esteira que estava sendo utilizado para extração irregular de madeira.
A Sema reforçou ainda que Colniza é o município que mais desmata em Mato Grosso, onde historicamente há confronto e intimidação às ações de repressão ao crime ambiental e fiscalização realizadas pelo Estado.
Leia parte da nota emitida pelo órgão:
"O Estado informa que mesmo após orientação das forças policiais, o suspeito que alega em vídeo que foi agredido não quis se identificar e não registrou a ocorrência para apuração dos fatos.
A Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema-MT) esclarece ainda que os fiscais do órgão não possuem armamento, nem realizam abordagens sem apoio policial. O órgão não tolera abusos, e caso seja constatado excesso por parte dos servidores estaduais, civis ou militares, serão tomadas as providências cabíveis.”