O empresário Éder Augusto Pinheiro, alvo da operação Rota Final, da Polícia Civil, foi preso na manhã deste domingo (25) após se apresentar na sede da Gerência Estadual de Polinter e Capturas, em Cuiabá.
Éder, que atua no ramo do setor de transportes, era considerado foragido há dois meses e estava com a prisão preventiva decretada. Ele é apontado pela Polícia Civil como líder de uma organização criminosa alvo da operação em maio.
A reportagem não conseguiu contato com o advogado dele.
As investigações que desencadearam na operação apuraram crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e fraude à licitação do setor de Transporte Coletivo Rodoviário Intermunicipal de Passageiros de Mato Grosso (STCRIP-MT), promovida pela Secretaria de Infraestrutura do Estado de Mato Grosso e Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados (Ager-MT).
A ordem de prisão preventiva foi expedida pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso na terceira fase da operação Rota Final.
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O empresário estava foragido há aproximadamente 60 dias e durante o período tentou revogar a ordem de prisão na Justiça, sofrendo duas derrotas no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e uma no Superior Tribunal Federal (STF).
Após as medidas na Polinter, o empresário foi encaminhado para audiência de custódia no Tribunal de Justiça de Mato Grosso.
Éder Augusto Pinheiro passou pela audiência de custódia na tarde deste domingo. A juíza plantonista, Maria Rosi de Meira Borba, determinou a prisão dele para o Centro de Custódia da Capital (CCC), já que ele tem curso superior.
O deputado Dilmar Dal Bosco (DEM), o ex-governador Silval Barbosa, o ex-deputado Pedro Satélite, e outras 16 pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público de Mato Grosso na terça-feira (20), suspeitos de envolvimento em um esquema de corrupção, lavagem de dinheiro e fraude em licitação do setor de transporte.
De acordo com o MP, Dilmar Dal Bosco e Pedro Satélite recebiam passagens e comissões de empresas do transporte intermunicipal de Mato Grosso para impedir uma nova licitação no setor.
A investigação iniciada pela Polícia Civil de Mato Grosso em 2018 para apuração dos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e fraude à licitação do setor de transporte coletivo rodoviário intermunicipal do estado culminou com uma ação penal proposta pelo Ministério Público e encaminhada à Justiça nesta semana, com a denúncia de 19 pessoas dentro da Operação Rota Final.
A investigação que começou na Delegacia Especializada de Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública deflagrou, ainda em 2018, a primeira fase da Operação Rota Final.
Em meados de 2019, o inquérito foi encaminhado, com autorização do Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso, ao Ministério Público, onde foi dada sequência às investigações pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), com supervisão do Naco Criminal.
A segunda fase da operação foi deflagrada em dezembro de 2020 e a terceira em maio deste ano.