A Justiça de Mato Grosso negou o pedido de relaxamento de prisão do sobrinho que matou e arrancou o coração da tia em julho de 2019 em Sorriso (MT). A decisão saiu na segunda-feira (26), do juiz Anderson Candiotto, da Segunda Vara Criminal de Sorriso.
Maria Zélia da Silva, de 55 anos, foi morta a facadas dentro da própria casa, no Bairro Vila Bela, pelo sobrinho Lumar Costa da Silva, de 30 anos. Ele ainda levou o coração da vítima e o entregou para uma filha dela.
No ano passado o advogado de Lumar entregou um laudo à Justiça onde aponta que ele tem transtorno afetivo bipolar e não possui condições de viver em sociedade.
A defesa entrou com pedido de relaxamento da prisão por excesso de prazo. O Ministério Público de Mato Grosso foi contra o pedido.
Candiotto, ao analisar o pedido, afirmou que o crime foi cometido com requintes de crueldade.
“O crime por sua barbaridade chocou não só a sociedade Sorrisense mais todo o país", pontuou o juiz.
Lumar foi preso e ficou em silêncio durante depoimento na delegacia de Sorriso — Foto: Portal Sorriso
Para o magistrado, 'não há como deixar de considerar a periculosidade do acusado apenas por ele “supostamente” sofrer de distúrbios mentais, pelo contrário, uma pessoa com perturbação psicológica, e que tenha condutas violentas, pode facilmente, vir a agredir e/ou matar outrem se não for devidamente tratado”.
O sobrinho tinha se mudado para Mato Grosso há quatro dias depois de tentar matar a mãe dele em Campinas, São Paulo. O delegado, à época, André Ribeiro, classificou rapaz como 'repugnante, monstro e perturbado'.
De acordo com a Polícia Civil, Lumar chegou a Mato Grosso no dia 28 de junho de 2019 para morar com a tia. No mesmo dia que chegou o rapaz entregou currículos na cidade. A família dizia que ele é considerado uma pessoa inteligente e fala duas línguas.
Ele é usuário de drogas e começou a usar entorpecente na casa dela. Religiosa, a vítima se sentia incomodada com as atitudes do sobrinho. A família arranjou uma quitinete para ele e o rapaz se mudou da casa.
Em depoimento na Polícia Civil, ao sair da delegacia, afirmou à imprensa que ouviu 'vozes' do universo que o orientaram a cometer o crime. Ele confessou o crime e disse não estar arrependido.
Oito dias depois ele foi transferido para a Penitenciária Osvaldo Florentino Leite Ferreira (conhecida como Ferrugem), em Sinop, a 503 km da capital. Durante a transferência, Lumar foi flagrado por um agente tentando enforcar outro preso dentro do camburão onde eles eram transportados.