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Bombeiro alega ter sido ameaçado e obrigado a transportar quase 300 quilos de cocaína em helicóptero

Data: Quinta-feira, 05/08/2021 15:15
Fonte: G1 MT

O terceiro sargento do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro, Alberto Ribeiro Pinto Júnior, de 45 anos, preso na quarta-feira (04), após cair com um helicóptero contendo quase 300 quilos de cocaína, alegou ter sido obrigado a fazer o transporte da droga, após criminosos ameaçaram ele e sua esposa.
 
Em depoimento ao delegado Maurício Maciel, o bombeiro confessou ser ele o piloto da aeronave e contou que presta serviços agrícolas com aeronave de asas rotativas, como pulverização e monitoramento. O bando teria contratado ele para seguir até uma fazenda em Maringá (PR).
 
Porém, ele afirma ter feito apenas um voo de 15 minutos na fazenda, tendo recebido R$ 7 mil para isto. Um dos homens então perguntou questionou que queria apenas ver se o interrogado conseguia tirar a aeronave de um local com muitos buracos.
 
Em certo dia, o integrante da organização criminosa ligou para o bombeiro, dizendo que ele faria o transporte da aeronave de Maringá até uma cidade de Mato Grosso ou Mato Grosso do Sul, da qual ele não se recorda o nome. Não havia plano de voo, já que a aeronave estava com os documentos vencidos.
 
Alberto relata ainda que ficou em uma fazenda, entre Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, onde foi informado que teria de buscar um “negócio” para os bandidos. Neste momento, o bombeiro disse que não queria fazer isto, pois era honesto.
 
Em tom de ameaça, um dos homens disse que ele já estava no local, sabia o que estava acontecendo e que não deixaria ele ir embora sabendo de tudo. Além disto, ameaçou ir atrás dele e de sua esposa, que mora em Nova Friburgo (RJ).
 
Os bandidos então pegaram o celular do bombeiro e o obrigaram a voar até Cambará (PR), em uma fazenda, onde ele e um dos criminosos pernoitaram. Na volta, foi informado que teria de voltar sozinho e viu a droga já carregada no helicóptero. Por nervosismo, ele disse que pousou a aeronave no caminho e, quando tentou decolar, tombou-a.
 
Depois do acidente, os comparsas mandaram mensagem e ele contou que tinha se acidentado. Os homens mandaram que ele levasse a droga toda para o mato. Porém, ele conta que não o fez, apesar de ter tido tempo para isto.
 
Alberto alega ainda não ter sido o responsável por colocar fogo na região e que foi encontrado por brigadistas, que deram água e guaraná ralado para ele. Depois de confessar que seria o piloto da aeronave que caiu na região, ele ainda teria oferecido propina aos bombeiros, que teria sido ‘bancada’ por um dos bandidos com o qual ele conversava por telefone.
 
O caso
 
O suspeito de 45 anos foi localizado e preso pela equipe do Corpo de Bombeiros que apagava um incêndio nas proximidades do local em que o helicóptero caiu, a aproximadamente 65 quilômetros da área urbana de Poconé. Ele foi conduzido à Delegacia de Poconé, onde foi interrogado e autuado em flagrante pelos crimes de incêndio em lavoura ou pastagem e corrupção ativa.