A polícia do México encontrou, na última segunda-feira (22), o corpo de uma mulher no apartamento de seu ex-marido. As partes do corpo de Magdalena Aguilar Romero, de 25 anos, estavam desmembradas e cozidas dentro de potes. O crime é investigado como um caso de feminicídio.
A mulher estava desaparecida desde o dia 13 de janeiro, quando saiu de sua casa de Taxco para buscar os filhos na casa de Cesar Gomez Arciniega, seu ex-marido. De acordo com o portal Aol , o homem é o principal suspeito do possível caso de feminicídio , que deixou a população da pequena cidade mexicana muito abalada.
Os braços e pernas da vítima foram encontrados em potes dentro do forno do suspeito. Sua pélvis, também cozida, estava dentro de uma grande bolsa, próxima ao fogão. O resto do corpo foi encontrado parcialmente congelado em um freezer no apartamento.
“Presume-se que ela foi toda cozida”, disse Roberto Alvarez, porta-voz da Segurança do Estado. O governo de Taxco, por sua vez, lançou uma nota sobre o crime, dizendo que “condena vigorosamente o covarde assassinato de Magdalena Aguilar, que fere nossa sociedade de maneira irreparável”.
“O assassinato reitera o trabalho que precisa ser feito para proteger e reconstruir a sociedade do nosso município. Desde seu desaparecimento, nós oferecemos todo o apoio à família de Magdalena, para quem sempre mostramos nossa solidariedade e apoio”, continua a nota.
Morte de mulheres no Brasil
O chocante crime no México levanta a discussão sobre os casos de violência contra a mulher em todo o mundo. O Brasil tem a quinta maior taxa de feminicídios do mundo , e segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de assassinatos chega a 4,8 para cada 100 mil mulheres.
O Mapa da Violência de 2015 aponta que, entre 1980 e 2013, 106.093 pessoas morreram por sua condição de ser mulher, sendo as negras ainda mais violentadas. Entre 2003 e 2013, houve aumento de 54% no registro de mortes, passando de 1.864 para 2.875 nesse período. Na maior parte dos casos, são os próprios familiares (50,3%) ou parceiros/ex-parceiros (33,2%) os que cometem os assassinatos, como aponta o caso de Magdalena.
Em 2015, o feminicídio passou a constar no Código Penal como circunstância qualificadora do crime de homicídio . A regra também incluiu os assassinatos motivados pela condição de gênero da vítima no ról dos crimes hediondos, o que aumenta a pena de um terço (1/3) até a metade da imputada ao autor do crime. Para definir a motivação, considera-se que o crime deve envolver violência doméstica e familiar e menosprezo ou discriminação à condição de mulher.