A equipe do Corpo de Bombeiros que atua no combate ao incêndio no Pantanal mato-grossense ganhou reforço com a chegada de uma aeronave Air Tractor, disponibilizada pela Defesa Civil do estado. Logo no início do trabalho, no final da tarde dessa segunda-feira (9), mais de 3.100 litros d’água foram lançados nos locais onde as chamas encontravam-se mais altas.
Esse é o primeiro incêndio de grande proporção registrado na região do Pantanal neste ano.
Além disso, outro avião deve ser usado com a ajuda de pilotos do Batalhão de Emergências Ambientais (BEA).
Um ponto de apoio foi montado em uma fazenda, no KM 54 da Transpantaneira, que possui uma pista de pouso no campo. Com o uso de um caminhão-pipa, os militares captam 16 mil litros d’água do Rio Pixaim e transportam para encher o avião.
O processo de trabalho é rápido e em cerca de 20 minutos o compartimento da aeronave fica abastecido e pronto para utilização.
O controle, segundo ela, fica mais complicado por causa das mudanças climáticas.
Em outros pontos, os bombeiros estão com tratores construindo vários quilômetros de faixas de aceiros com cerca de 5 metros de largura para bloquear e impedir o avanço do fogo para outras áreas. Mesmo com todo esse mecanismo, o processo de ação natural do clima, a baixa umidade do ar e os fortes ventos na região, contribuem para o avanço do fogo nas demais áreas de vegetação seca, em virtude da estiagem.
Desde início do incêndio as imagens via satélite detectaram que 1.500 hectares foram queimados.
O fogo teve início em uma propriedade particular, no KM 47 da Transpantaneira. Um trator que estava sendo utilizado por um fazendeiro durante a produção de faixas de aceiros no campo pegou fogo e atingiu outras áreas fora da fazenda.
Com a vegetação seca e a alta temperatura, as chamas se alastraram rapidamente para as demais áreas ficando fora de controle.
Em 2020, o Pantanal foi atingido pela maior tragédia de sua história. Incêndios destruíram cerca de 4 milhões de hectares. 26% do bioma - uma área maior que a Bélgica - foi consumida pelo fogo. Cerca de 4,6 bilhões de animais foram afetados e ao menos 10 milhões morreram.
Em Mato Grosso, quase 2,2 milhões de hectares foram destruídos e, em Mato Grosso do Sul, 1,7 milhão de hectares, virou cinzas.
De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a precipitação dos últimos meses na bacia do alto Paraguai ficou abaixo do esperado. O Pantanal não tem uma “cheia” há três anos.