Os pais de Giovanna Antonielly – diagnosticada com uma leucemia rara, chamada de Linfóide Blástica Aguda tipo B – realizaram o sonho da filha, que era ver eles se casarem. Jozilene Amancia de Campos e Wenderson Cavalcante das Neves fizeram a cerimônia, nesta semana, depois de 13 anos juntos.
O último diagnóstico da Giovana não foi positivo e ela hoje faz tratamentos paliativos para ter o máximo de tempo de vida possível.
"Ela tinha uma esperança, que era um remédio para o tratamento que custa cerca de R$ 500 mil. Ela tomou o remédio, mas não deu certo, pois não funcionou. Foi então que o médico disse que não teria mais tratamento para diminuir a leucemia. Para a medicina não tem mais jeito, mas para Deus ainda é possível", relatou o pai.
Segundo a mãe, ela e o marido sempre tentaram programar o casamento, no entanto, passaram-se mais de 10 anos e eles ainda não tinham realizado esse sonho.
"Desde muito pequena a Giovana assistia novela e falava que queria ver a gente se casando e que ela levaria as alianças. Ela tem pouco tempo de vida. Para alegrar ela no quarto, meu esposo me pediu em casamento na frente dela, no hospital. Foi uma alegria", relembrou a mãe.
A vontade de ver o casamento dos pais mobilizou pessoas e instituições. Muitos parceiros se juntaram para que tudo fosse perfeito.
"Assim que ficamos sabendo da história da Giovana que o sonho dela era entrar como 'daminha' de honra no casamento dos pais aceitamos de cara, pois ficamos muito emocionados", explicou a gerente administrativa Renata Gomes de Oliveira.
São dois anos que a Giovana recebe tratamento e cuidados no Hospital de Câncer de Cuiabá. Por isso, o ambulatório de oncologia pediátrica foi o local escolhido para realizar um dos desejos da Giovana. Além da festa de casamento, a menina realizou outros dois sonhos com a família.
Em menos de 15 dias, a família foi para o Guarujá conhecer o mar e para Aparecida do Norte.
"Ficamos dois dias em Aparecida e uma semana na praia, mas como estava frio, aproveitamos um pouco", disse Giovana.
A coordenadora da enfermagem Poliana Oliveira disse que se sentiu realizada junto com a família por poder ajudar no casamento.
Giovanna Antonielly, de 6 anos, foi diagnosticada com leucemia linfóide blástica há dois anos e, desde então, divide a rotina entre a casa e o hospital, em Cuiabá. Ela precisa fazer um transplante de medula óssea para se recuperar da doença. O possível doador é o pai, que tem 70% de compatibilidade.
Segundo a menina, o sonho dela é ser curada do câncer para que possa estudar medicina e ajudar outras pessoas diagnosticadas com a doença.
“Quando fizer minha medula quero que o médico fale que zerou (o câncer). Quero ser maquiadora e médica para ajudar o Hospital de Câncer”, declarou.
Giovanna faz quimioterapia e precisa de medicação para controlar as dores. Isso faz com que ela passe 30 dias no hospital e 15 em casa.
“Não posso correr, me cansar, mesmo assim brinco com as minhas bonequinhas, faço maquiagem nelas e em mim também”, disse.
Para se distrair e esquecer da luta contra o câncer, a menina passou a brincar de se maquiar em casa.
“As cores me alegram e faz eu esquecer tudo que tenho no meu corpo, por exemplo, minha doença”, ressaltou.
O sonho da família é que Giovanna toque o sino do hospital, um ato que simboliza a cura do câncer.
“Chamá-la para tocar o sino seria a maior notícia que eu poderia ter, chegar em mim e falar que minha filha não precisaria mais do transplante, que ela não tem mais a doença no organismo”, disse a mãe, Jozilene Amancia de Campos.