Os gastos médios dos produtores com fertilizantes nesta safra de soja que se inicia deverão superar em 50,1% os da anterior. Já os custos com esses insumos na primeira safra de milho, a de soja, terão aumento de 55,4%.
Esses valores fazem parte de um levantamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), baseado na oferta e disputas pelos insumos no mercado externo.
Produção menor, taxas de importação, intervenções governamentais e barreiras comerciais por motivos políticos tornaram o setor bastante competitivo, elevando os preços internacionais nos principais mercados.
Como destaca o pesquisador da área de Custos Agrícolas do Cepea, Mauro Osaki, foram muitos os desafios para adequar o orçamento desta próxima safra, a 2021/22, especialmente diante do cenário econômico instável do País e do mundo e, especificamente, dos expressivos reajustes nos preços médios dos agroquímicos. “O foco recairá sobre o caso dos fertilizantes nos mercados interno e externo”.
De janeiro a julho de 2021, o valor médio da tonelada de ureia prill negociada nos principais portos do mundo ficou 60,3% acima do registrado no mesmo período do ano passado. O preço médio da tonelada da ureia no porto ucraniano (Yuznhy) em julho, inclusive, foi o maior, em termos nominais, desde julho de 2012.
Diante dos aumentos nos gastos com os fertilizantes, defensivos agrícolas, diesel, com a manutenção preventiva das máquinas e também de outros itens, a estimativa do orçamento total de produção para a safra 2021/22 cresceu, sendo a maior alta já calculada para a soja, de 32,9%.