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Justiça bloqueia R$ 33 milhões em bens de empresas investigadas por fraude e corrupção com o governo em MT

Entre os bens sequestrados estão um veículo da marca Land Rover, avaliado em R$ 700 mil, e um apartamento avaliado em mais de R$ 3 milhões, localizado em Cuiabá.

Data: Segunda-feira, 04/10/2021 08:34
Fonte: G1 MT

A Justiça de Mato Grosso bloqueou R$ 33,5 milhões, entre veículos, valores e imóveis, de duas empresas investigadas por fraude em licitação, peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro cometidos durante o governo de Silval Barbosa.

A decisão é da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, após parecer favorável do Ministério Público Estadual, e foi divulgada pela Polícia Civil nesta segunda-feira (4).

Ao g1, o advogado do ex-governador Silval Barbosa, Valber Melo, informou que os fatos e os valores já foram contemplados no acordo de colaboração e homologados no Supremo Tribunal Federal (STF). A reportagem tenta localizar o advogado das duas empresas citadas.

A Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor) cumpriu, na sexta-feira (1º), o sequestro de bens e valores das empresas Trimec Construções e Terraplanagem e Strada Incorporadora e Construtora Ltda, e dos sócios-proprietários investigados pelo esquema de fraude.

Segundo informações da Deccor, as supostas fraudes ocorriam por direcionamento de licitação fazendo com que tais empresas vencessem o certame público.

Posteriormente, essas empresas passavam a receber valores por serviços não executados de manutenção de rodovias estaduais. Parte dos valores recebidos indevidamente pelas empreiteiras era direcionado ao ex-governador Silval Barbosa, a título de propina.

Entre os bens sequestrados estão um veículo da marca Land Rover, avaliado em R$ 700 mil, e um apartamento avaliado em mais de R$ 3 milhões, localizado em Cuiabá.

 

Silval Barbosa

 

O ex-governador foi preso durante a operação Sodoma, que investigava a existência de uma suposta organização criminosa que cobrava propina de empresários para manter contratos vigentes com o estado, durante a gestão dele.

No acordo que fez com a Justiça para deixar a prisão, ele se comprometeu a devolver R$ 46,6 milhões desviados dos cofres públicos por meio da alienação de cinco bens, entre eles duas fazendas, avaliadas em R$ 33 milhões e R$ 10 milhões, e um avião de R$ 900 mil.

Silval foi condenado a 13 anos e sete meses de prisão por desviar, junto com outros integrantes do esquema, mais de R$ 2,5 milhões dos cofres públicos por meio da concessão fraudulenta de incentivos fiscais a empresários, por meio do Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial de Mato Grosso (Prodeic).

O crime foi investigado na Operação Sodoma I, da Delegacia Fazendária (Defaz), ainda durante a segunda gestão de Silval, entre os anos de 2011 e 2014.