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Empresa de 'assistente' pagou condomínio, despesas de lancha, IPTU e passagem área para ex-secretário

Data: Sexta-feira, 29/10/2021 14:34
Fonte: OLHAR DIRETO

Informações divulgadas em decisão do juiz Federal Jeferson Schneider, da Quinta Vara em Mato Grosso, que gerou mandado de prisão na Operação Cupincha, apontam que despesas pessoais do ex-secretário de Saúde de Cuiabá, Célio Rodrigues da Silva, foram pagas pela empresa Ventura Prestadora de Serviços Médicos. Célio Rodrigues foi preso e está no Centro de Custódia da Capital (CCC).

Conforme a Polícia Federal (PF), foi possível identificar pagamento de condomínio de imóvel residencial, despesas de uma lancha na Marina Morro do Chapéu, lago do Manso, pagamentos de IPTU e pagamentos de um contrato de compra e venda de imóvel.
 
Apesar de não ter contratos firmados com o setor público, há suspeita de que a Ventura tenha sido subcontratada pela empresa Ultramed Serviços Médicos, apontada como parte de um esquema na Saúde. Entre os anos de 2019, 2020 e 2021, a Prefeitura de Cuiabá pagou R$ 22 milhões à Ultramed.
 
Formalmente, a Ventura é de propriedade de Liandro Ventura da Silva, apontado como “assistente” de Célio. Informações sobre pagamentos de despesas pessoais foram reveladas a partir do aparelho celular do ex-secretário de Saúde, apreendido durante operação policial. Autoridade, analisando os dados, apontou ainda a compra de passagens para uma viagem ao Rio de Janeiro.
 
A Polícia Federal deflagrou na quinta-feira (28) a Operação Cupincha, segunda fase da Operação Curare. Grupo empresarial, que fornece serviços à Secretaria Municipal de Saúde do Município de Cuiabá e que recebeu, entre os anos de 2019 e 2021, mais de R$ 100 milhões, manteve-se à frente dos serviços públicos mediante o pagamento de vantagens indevidas, seja de forma direta ou por intermédio de empresas de consultoria, turismo ou até mesmo recém transformadas para o ramo da saúde.
 
Após o ingresso dos recursos nas contas das empresas intermediárias, muitas vezes com atividades econômicas incompatíveis, os valores passavam a ser movimentados, de forma fracionada, por meio de saques eletrônicos e cheques avulsos, de forma a tentar ocultar o real destinatário dos recursos.
 
A movimentação financeira também se dava nas contas bancárias de pessoas físicas, em geral vinculadas às empresas intermediárias, que se encarregavam de igualmente efetuar saques e emitir cheques, visando à dissimulação dos eventuais beneficiários.
 
Paralelamente, o grupo empresarial investigado na primeira fase da Operação Curare promovia supostas “quarteirizações” de contratos administrativos, que viriam a beneficiar, em última instância, o servidor responsável pelas contratações com a Secretaria Municipal de Saúde e Empresa Cuiabana de Saúde Pública, incluindo o pagamento de suas despesas pessoais.

O nível de aproximação entre as atividades públicas e privadas dos investigados envolveu a aquisição de uma cervejaria artesanal, em que se associaram, de forma oculta, o então servidor público e o proprietário do grupo empresarial investigado.