Mato Grosso terá um posto de atendimento às vítimas do tráfico de pessoas e trabalho escravo na região de fronteira. A execução está em fase de tratativas por meio de uma ação conjunta.
Os postos avançados estarão situados nos principais locais de entrada e saída do Brasil, para a recepção a pessoas deportadas e não-admitidas, atendendo esses migrantes, identificando possíveis vítimas de tráfico de pessoas e oferecendo acolhimento através de uma rede local.
Conforme a representante da Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp) no Comitê do Tráfico de Pessoas, Márcia Ourives, os postos também vão desenvolver campanhas para informar aos passageiros, sobre como se prevenir do tráfico de pessoas e como obter suporte, através dos consulados brasileiros e de outras organizações no exterior, no caso de sofrerem alguma violência.
A diretora nacional que trata sobre tráfico de pessoas no Governo da Bolívia, Carola Arraya, comentou que tanto Mato Grosso, quanto Mato Grosso do Sul têm sido corredores do tráfico de pessoas bolivianas para atuarem em quase regime de escravidão em fábricas de confecções em São Paulo.
Ela comentou sobre o assunto durante o I Encontro de Segurança Fronteiriça Brasil/Bolívia, de 20 a 21 de outubro, em Rio Branco (AC).
Ela diz que o governo boliviano quer repatriar esses cidadãos que são explorados no Brasil, mas entende que é difícil atacar o problema. Muitos saem da Bolívia, inclusive menores de idade, de forma voluntária ou por meio de empresas.
Para evitar os postos de imigração, essas pessoas entram no Brasil por estradas alternativas, aproveitando da extensão da fronteira e pontos sem fiscalização.
Segundo Ourives, a fiscalização e o controle dos lugares precisam dos militares bolivianos assumindo os controles dos espaços de fronteira e do lado brasileiro, uma fiscalização mais efetiva”
Já em relação a ida de brasileiros ilegalmente para a Bolívia, ocorre para exploração sexual. Quatro mulheres brasileiras foram repatriadas ao Brasil, por meio da fronteira com o Acre. Foram abertos processos e 12 pessoas cumprem prisão preventiva na Bolívia pelo crime.