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Ministério da Justiça leiloa imóveis de ex-chefe do jogo do bicho avaliados em R$ 72,3 milhões em MT

João Arcanjo Ribeiro, conhecido como 'Comendador', é acusado de liderar o crime organizado nas décadas de 80 e 90, além de estar envolvido com a sonegação de milhares de reais em impostos, entre outros crimes.

Data: Terça-feira, 09/11/2021 20:40
Fonte: G1 MT

O Ministério da Justiça e Segurança Pública leiloa bens de ex-chefe do jogo do bicho em Mato Grosso, João Arcanjo Ribeiro, avaliados em R$ 72,3 milhões. O leilão eletrônico é articulado por meio do trabalho da Secretaria Nacional de Política Sobre Drogas (Senad) e autorizado pela 7ª Vara Federal de Mato Grosso.

João Arcanjo Ribeiro, conhecido como 'Comendador', é acusado de liderar o crime organizado em Mato Grosso, nas décadas de 80 e 90, além de estar envolvido com a sonegação de milhares de reais em impostos, entre outros crimes.

O leilão se trata de bens alienados da ação penal de crime de tráfico de entorpecentes e lavagem de dinheiro. O valor arrematado vai para um fundo da Secretaria Nacional de Política Sobre Drogas (Senad).

São três imóveis leiloados. O mais caro é a fazenda 'Estância Colibri', em Cuiabá, com área de 63 hectares, dos quais 65,2 mil metros quadrados estão em processo de desapropriação pela Prefeitura de Cuiabá.

O imóvel é avaliado em R$ 61,5 milhões.

A segunda fazenda é a fazenda 'Estância 21', também na cpaital, com área total de 23.693 metros quadrados, avaliada em R$ 10,2 milhões.

Por último está um lote urbano com uma casa, duas quitinetes, guarita em um terreno de 1,1 mil metros quadrados, avaliado no valor de R$ 527 mil.

Poderão participar do leilão pessoas físicas ou jurídicas, individualmente ou em consórcio. Os interessados efetuarão lances a partir do preço mínimo estabelecido pelo juízo em 50% do valor de avaliação. Os lances podem ser dados no site.

'Comendador'

 

As investigações iniciaram em agosto de 2017, conseguindo descortinar duas organizações criminosas que comandam o jogo do bicho em Mato Grosso e que movimentaram em um ano, apenas em contas bancárias, mais de R$ 20 milhões. Uma das organizações seria liderada por João Arcanjo Ribeiro e seu genro Giovanni Zem Rodrigues, já a outra por Frederico Muller Coutinho.

No ano de 2002, Arcanjo foi alvo da operação da Polícia Federal, Arca de Noé, em que teve o mandado de prisão preventiva expedido pelos crimes de contravenção penal, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e homicídio.

A prisão do bicheiro foi cumprida em abril de 2003 no Uruguai, após a deflagração da Operação Mantus, da Delegacia Especializada de Fazenda e Crimes Contra a Administração Pública (Defaz) e da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO).

Arcanjo conseguiu a progressão de pena do regime fechado para o semiaberto em fevereiro de 2018, após 15 anos preso.