Um homem foi condenado a 22 anos de prisão por matar a ex-companheira transexual Alexandra Monteiro, cujo nome de registro era Anderson Fabricio Correa de Oliveira. Marcelo de Almeida Moura foi julgado e condenado pelo Tribunal do Júri de Cuiabá, na quinta-feira (25).
Após cometer o crime, ele levou o celular de Alexandra e postou no aplicativo de mensagens o status '#partiuRondonopolis', dando a entender que a vítima estaria em uma viagem, quando na verdade ela estava morta no banheiro de casa.
Ele foi condenado por feminicídio com as qualificadoras de motivo torpe, emprego de meio cruel, mediante recurso que impossibilitou a defesa da vítima e crime praticado contra “pessoa transfeminina” envolvendo violência doméstica e familiar.
De acordo com a denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), o crime aconteceu no dia 7 de março de 2021, na casa da vítima, no bairro Altos de Cuiabá, na Capital. Mediante asfixia, Marcelo Moura imobilizou e matou Anderson Oliveira.
O corpo foi localizado já em estado de decomposição, completamente nua com os pulsos amarrados. O autor do crime, que registra condenações transitadas em julgado por receptação e roubo majorado, está preso pelo feminicídio desde 22 de março.
Ainda segundo a denúncia, “Marcelo Almeida Moura e a vítima Alexandra, transexual apelidado de Ale, conviveram por mais de um ano, mas o relacionamento era conturbado e ela terminou com ele”.
Além disso, em julho de 2020 ele foi preso em flagrante por estupro da meia-irmã Jaine de Oliveira e, quando saiu da cadeia, passou a ameaçar a vítima Alexandra insistindo em reatarem.
Conforme a sentença, a dinâmica dos fatos revela maior gravidade da conduta do réu, “não apenas pela malvadez com que executou o delito em tela, mas também em face de como procedeu após ceifar a vida da ex-marido.
As provas colhidas durante a instrução processual indicam que após o homicídio, antes de evadir-se da residência da vítima, Marcelo subtraiu vários objetos que guarneciam o local, tais como televisão, caixa amplificadora de som, botijão de gás, além de duas bolsas e o celular de Alexandra, cuja conduta demostra extrema frieza e desvalor à vida humana, notadamente por se tratar a vítima de pessoa com quem conviveu por mais de um ano.
Ele foi preso no dia 31 de março.