A tia presa suspeita de matar uma menina de 2 anos após ter sido estuprada, espancada e torturada, em Poconé, a 103 km de Cuiabá, deve ser transferida da Penitenciária Feminina Ana Maria do Couto, na capital, para outra unidade prisional. A medida foi determinada pela Justiça na quarta-feira (24).
A transferência deve ser feita porque a mulher teria sido jurada de morte por uma facção criminosa. Ela e o marido foram presos no dia 4 deste mês, após a criança dar entrada na Unidade de Pronto Atendimento do município com graves ferimentos. Três dias depois, ela morreu.
A Polícia Judiciária Civil e o Ministério Público de Mato Grosso pediram a transferência da tia para outra penitenciária. De acordo com a defesa da tia, ela relatou que estaria correndo risco de vida após ter sido jurada de morte por integrantes de uma facção criminosa na unidade prisional.
Ela foi isolada das outras detentas da Penitenciara Feminina Ana Maria do Couto.
Ainda foi determinado que a Secretaria de Segurança Publica (SESP-MT) procure uma vaga em outra unidade prisional para transferência da tia da menina.
Uma menina de 2 anos foi internada no dia 5 deste mês, em Poconé (MT), com graves ferimentos e morreu na segunda-feira (8), no Pronto Socorro de Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá. O diagnóstico apontou lesões por maus-tratos e abuso sexual, traumatismo craniano grave e morte encefálica.
A criança foi levada até a unidade de saúde pela tia com guarda provisória da menor, que relatou ter encontrado a menina desacordada, caída ao lado da cama. Por volta das 6h30, ela deu banho na menina e a levou para UPA, onde a criança precisou ser entubada.
Segundo a polícia, os responsáveis pela criança, que são tios e estavam com a guarda temporária da menor, estiveram na delegacia e receberam voz de prisão em flagrante pelos crimes de lesão corporal grave, maus tratos e ameaça.
O tio dela foi preso suspeito de causar a morte da menina e teria a estuprado, a espancado e a torturado.
De acordo com a Polícia Civil, o tio tinha vídeos da criança no celular. Entre as imagens estão dela desfilando nua, claramente forçada a fazer aquilo, e com hematomas pelo corpo.
A tia, segundo o delegado Maurício Maciel, responsável pela investigação do caso, não teria ligação com os abusos, a princípio, mas era omissa e há suspeita de que tenha agredido a criança também.
"Ela admitiu que essa menina sofria agressões físicas, maus-tratos, e até privação de alimento, além de tortura e estupro de vulnerável", disse.
Moradores de Poconé realizaram uma manifestação na quarta-feira (10), para cobrar justiça pela morte da menina.
Em carros e motos, os manifestantes seguiram de forma pacífica pela Transpantaneira. Alguns veículos carregavam balões brancos. Outros levavam cartazes com pedidos de justiça.