Junior dos Santos Igesca, responsável por assassinar a técnica de enfermagem Franciele Robert da Silva, de 33 anos, na noite do último domingo (05), no bairro Jardim Glória 1, em Várzea Grande (região metropolitana de Cuiabá), disse para a filha de apenas 12 anos, que presenciou o crime e tentou evitá-lo, que foi humilhado pela mulher. Ele não aceitava o fim do relacionamento.
Consta no pedido de prisão preventiva, representado pelo delegado Olímpio da Cunha Fernandes Jr., da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que se o homem estiver livre poderá cometer outros crimes.
Depois de assassinar a ex-mulher, na frente da filha, o homem ameaçou a criança e disse: “A sua mãe me humilhou, eu matei ela e agora eu vou me matar”.
“Ademais, a natureza e gravidade do crime em tela, tendo-se por evidente que, assim como matou covardemente sua ex-esposa, mostra-se de extrema periculosidade, sendo imperioso que o mesmo seja mantido preso para a garantia da ordem pública, bem como para a conveniência da instrução criminal, sendo irrefutável o perigo de o mesmo ser colocado em liberdade, já tendo dito que mataria a própria filha de 12 anos de idade”, diz trecho do pedido de prisão preventiva.
Após cometer os crimes, o suspeito se feriu e disse que havia tentado contra a própria vida. Ele foi socorrido por uma equipe do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) e, depois de atendido no Pronto-socorro de Várzea Grande, foi encaminhado pela Polícia Militar até a DHPP.
Franciele estava separada do suspeito e tinha uma medida protetiva em virtude das ameaças que ele já havia feito contra ela e os filhos.
O crime aconteceu, segundo o delegado, de forma covarde, enquanto as vítimas estavam em casa, preparando-se para ir à missa dominical.
O autor dos crimes foi autuado em flagrante por feminicídio e homicídio. Isso porque o ex-sogro, Aparecido José da Silva, de 67 anos, também atingido a facadas no dia do fato, não resistiu aos ferimentos e morreu nesta segunda-feira (06).
O delegado Olímpio da Cunha Fernandes Jr. encaminhou representação ao Poder Judiciário pela conversão do flagrante em prisão preventiva, que deverá ser analisada na audiência de custódia.
Filha presenciou
A menina, que presenciou todo o crime, relatou em seu depoimento à Polícia Civil que viu o momento em que seu pai pulou o muro da residência e em seguida partiu para cima dos que lá estavam com uma faca nas mãos.
O avô da menina, do lado de fora do quarto, tentou impedir que o homem entrasse, mas acabou sendo esfaqueado.
Depois disto, o assassino conseguiu bater com o pé na porta e abri-la. Imediatamente, ele entrou no quarto e foi para cima da técnica de enfermagem. A menina de 12 anos pulou no pescoço do pai e tentou enforcá-lo, para evitar que ele pegasse sua mãe. Porém, isso não foi suficiente para detê-lo.
O homem então deu facadas na cabeça da vítima e continuou a apunhalá-la na região do peito, depois que ela caiu na cama. Aos gritos, a menina pedia “pelo amor de Deus, não mata a minha mãe”.