Vídeos obtidos por Olhar Direto mostram Operação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) de queima de balsas utilizadas para garimpo ilegal, no Rio Teles Pires com São Benedito, em região próxima aos municípios de Paranaíta e Apiacás. Nas imagens, expectadores assistem aflitos à destruição dos maquinários. Garimpeiros classificam ação que começou na última sexta-feira (3) como truculenta e responsável por poluir o rio.
A reportagem tentou entrar em contato com o Ibama para obter respostas quanto a operação que contou com agentes do órgão, helicópteros e barcos, provavelmente voltada para o combate ao garimpo ilegal na região, mas ainda não obteve retorno.
“O 'dona severina', aquela balsa queimando ali é a sua, agora não dá mais tempo. Foi a balsona. Queimou tudo, hein. Perdeu. Todas as balsas foram queimadas, todas, todas”, diz homem enquanto grava vídeo de uma balsa queimando às margens do rio.
Em outro registro que identifica uma mancha de óleo deixada pela queimada da balsa, um pescador acusa o Ibama pela poluição. “Olha o que o Ibama faz. Isso ai vai prejudicar os indígenas lá. A água ficou foi preta”.
Noutro vídeo, um homem conta seis balsas queimadas e desabafa: “Ai ó, uma, duas, três, quatro, cinco, seis. Só prejuízo ai. Tem gente que vai passar o natal triste”, disse em alusão aos garimpeiros que tiveram suas máquinas destruídas.
Em reportagem da TV Nativa, de Alfa Floresta, homem narra uma cena do maquinário sendo incendiado e, segundo sua contagem, aquele seria o 19º equipamento em chamas.
Para o presidente da Cooperalfa, Cooperataiva de Pequenos Mineradores de Ouro e Pedras Preciosas de Alta Floresta, Darcy Winter, as imagens geram revolta, pois o Ibama sequer emitiu notificação aos garimpeiros e já chegou de forma truculenta queimando os maquinários.
Além disso, pontuou que os cooperados agem conforme as legalidades determinadas à categoria, dentro das áreas delimitadas e licenciadas para a exploração e que, quando notificados, cumprem as determinações estabelecidas.
Por outro lado, explicou que alguns garimpeiros, cooperados ou não, preferem agir por conta e risco em áreas que não são licenciadas, o que acaba acarretando nas operações do Ibama e, consequentemente, na destruição dos equipamentos usados para o garimpo. Darcy ainda frisou que o local que as balsas foram incendiadas não compreendiam terras indígenas.