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Morte completa 5 anos e sentença revolta família que recorre

Data: Segunda-feira, 27/12/2021 09:31
Fonte: Jessica Bachega Gazeta Digital

No dia 15 de novembro a morte do soldado do Corpo de Bombeiros, Rodrigo Claro, completou 5 anos. Esse ano também foi julgada a tenente Izadora Ledur, condenada a 1 ano de prisão por maus tratos contra o rapaz. A sentença gerou revolta entre os familiares e o Ministério Público Estadual (MPE) recorreu da decisão, pedindo elevação da pena.

No decorrer de todo o processo, a ré se pronunciou apenas uma vez. A oitiva ocorreu em abril de 2019, na qual negou as acusações de tortura que culminaram na morte do jovem de 21 anos. Ela chorou na audiência e disse que o rapaz tinha dificuldade para nadar e que era papel dela incentivar que ele melhorasse.


Durante a tramitação processual, testemunhas de acusação confirmaram que a oficial era agressiva com os soldados e que a conduta aplicada contra Rodrigo havia ocorrido contra outros alunos. Houve investigação anterior, porém a corregedoria do Corpo de Bombeiros não reconheceu irregularidade na postura da instrutora.

Após 5 anos da morte do rapaz, a oficial foi julgada pelo Conselho Militar em setembro deste de 2021 e condenada a um ano de prisão, em regime aberto, por maus-tratos.


Um mês depois, o MPE contestou a condenação, argumentando que seja reformada pelo crime de tortura, com pena que vai de 8 a 16 anos de prisão, além da perda da patente.


“Na presente hipótese, restou cabalmente demonstrado que a ré em questão incorreu na prática do crime de tortura qualificada pelo resultado morte, razão pela qual sua condenação como incursa nas penas da aludida conduta criminosa é imperiosa”, diz o promotor Paulo Henrique Amaral Motta, da 13ª Promotoria de Justiça Criminal.


No dia do aniversário do rapaz, 18 de outubro, a mãe ainda publicou declaração de amor e saudade do rapaz morto precocemente.

“Como Gostaria de poder fazer o que a mãe sempre fazia, acordar cedo ir te acordar com um beijo, pular encima de você na cama, te dar aquele longo abraço e no decorrer do dia preparar o seu bolo de aniversário para juntos comemorar essa data, mas pela maldade de um ser desprezível foi lhe tirado o direito a vida e de mim, o direito de estar com você neste e em todos os outros dias (sic)”, diz trecho da mensagem.


O laudo pericial feito pela Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) constatou que a morte foi provocada por hemorragia cerebral de causa natural.

O caso
No dia 10 de novembro de 2016, o soldado participava de um treinamento de salvamento aquático, na Lagoa Trevisan, em Cuiabá. Testemunhas relataram que ele recebeu vários caldos (afogamentos) da oficial Izadora Ledur e também foi intimidado por ela a cada vez que queria desistir da capacitação, pois se sentia mal.

Naquele dia, mesmo sem autorização da tenente, Claro saiu do curso se sentindo mal. Sozinho, ele seguiu de moto até unidade do Corpo de Bombeiros, no bairro Verdão. De lá, foi para a policlínica, situada em frente ao quartel.

Ele começou a convulsionar e foi internado em hospital particular. Foi diagnosticada a hemorragia cerebral. Ele passou por cirurgia, mas não resistiu e morreu no dia 15.

 

Logo após a morte, o Corpo de Bombeiros instaurou Inquérito Policial Militar (IPM), que conclui a conduta irregular da tenente. O material foi encaminhado para o Ministério Público Estadual (MPE), que pediu a condenação de Ledur por tortura e exclusão da corporação.