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Polícia acaba com farsa e prende viúva que matou marido por R$ 60 mil

Data: Segunda-feira, 03/01/2022 19:57
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Investigadores da Delegacia de Homicídio deram fim à trama da viúva que buscava Justiça pelo assassinato do marido, qual ela mesma foi apontada como a mandante após um ano de apuração. Empresário Toni da Silva Flor, 38, foi morto com vários tiros na porta de uma academia em Cuiabá, em 11 de agosto de 2020. O plano da viúva envolveu uma amiga manicure e três criminosos, sendo que um deles é pistoleiro do Comando Vermelho responsável por apertar o gatilho contra Toni.

 

Um ano depois do crime, em 11 de agosto deste ano, investigadores da DHPP prenderam Igor Espinosa, 26. Ele confessou o crime e ainda deu detalhes de como aconteceu. Delegado Marcel Gomes chegou a afirmar à imprensa que ele tinha ficado em silêncio durante o depoimento, mas tudo fazia parte de uma estratégia, já que 8 dias depois, uma nova operação prendeu a viúva de Toni.

 

No dia da prisão, quando chegou na delegacia já algemada, foi ríspida com a imprensa – quem ela tratava como aliada na busca de respostas pela morte do marido. Quando questionada sobre ter sido acusada de ser a mandante do crime, declarou que “quem tem boca fala o que quer”, no sentido de que, falar é facil, ‘quero ver provar’.

 

Mas, para a polícia, um ano de investigação e com base no depoimento de testemunhas e de Igor, não restaram dúvidas quanto à participação de Ana no plano de matar o marido.

 

R$ 60 mil pelo crime

Conforme apontado durante a investigação, Ana começou a tramar a morte de Toni após uma conversa com sua ‘confidente’, sua amiga e manicure – presa dias depois na terceira fase da operação. Além de ser uma das melhores amigas da investigada, o irmão da manicure era amante de Ana.

 

Com a ajuda da manicure, ela conheceu Wellington, que já tinha histórico e fama na rotina do crime. Ele procurou outro homem, também com envolvimento em crimes, identificado como Dielton Mota. Juntos, chegaram até o pistoleiro do Comando Vermelho, o Igor, que concordou em cometer o assassinato.

 

No dia do crime, Igor encontrou a vítima sentada no meio-fio de uma academia do bairro Santa Marta. Ele foi abordado, dizendo “perdeu, perdeu”. Em seguida, Igor disparou 5 tiros contra Toni, que chegou a ser socorrido, mas acabou morrendo um dia depois.

 

No depoimento de Igor, ele contou ainda que logo após atirar contra Toni, participou de uma chamada de vídeo com Ana, Wellignton e Dielton, acertando o valor do assassinato, que foi de R$ 60 mil, sendo que R$ 20 mil seriam divididos para cada um dos envolvidos. Com o dinheiro recebido, Igor saiu de Cuiabá e passou dois meses no Rio de Janeiro.

 

Bombando na TV

No depoimento de uma das testemunhas, Polícia Civil descobriu que uma pessoa do convívio do casal estava em uma festa com Igor, onde ele se gabou em meio a uma roda de amigos de ter matado um lutador de jiu-jitsu. Ele relatava como se tivesse contando vantagem.

 

Além disso, passou a se gabar, uma vez que o crime estava ganhando destaque na TV e “naquela semana, tinha ‘bombado’ no programa Cadeia Neles”.

 

Segundo Igor, na conversa ele citou que o crime foi encomendado pela viúva que era vítima de violência doméstica. Mas, o delegado acredita que o crime teve outra motivação, como o fato de Ana ter alguns amantes, além de ter adiantado o processo de herança antes de Toni morrer.

Figura quase perfeita

Nas redes sociais, Ana tinha quase 30 mil seguidores. No dia da sua prisão, muita gente reagiu com surpresa. Amigas da mulher ainda saíram em sua defesa nas redes sociais, rebatendo comentários que a acusavam do crime. Quando completou 1 ano da morte de Toni, ela se declarou ao marido.

 

“Só eu sei o que sinto e a falta que você me faz em tudo. Faz falta nas minhas decisões, faz falta nos churrascos”, lembrou. No dia dos pais, ele também foi homenageado. O casal teve 3 filhas.

 

Mas, apesar de parecer uma figura ‘quase’ perfeita, Ana levantou algumas suspeitas antes mesmo da investigação chegar ao seu nome. Ela fazia questionamentos junto à delegacia e atitudes que tomava na família também chamava atenção.

 

Em entrevista no dia da prisão de Ana, a mãe de Toni, Leonice da Silva Flor, afirmou que já desconfiava da nora, mas que não queria falar sobre isso. Ela queria a guarda das 3 netas.

 

Denunciados à Justiça Família de Toni aguarda agora o julgamento do grupo. Ministério Público Estadual (MPE) ofereceu a denúncia contra os 5 no dia 3 de setembro. A prisão temporária foi convertida em preventiva. Na Denúncia do MPE, o amante de Ana foi indiciado por falso testemunho durante depoimento à Polícia Civil.