Mato Grosso registra explosão de casos de covid-19 após as festas de fim de ano, com aumento de mais de 400% se comparados os dados do dia 23 de dezembro de 2021 (239) e os desta quinta-feira (6), quando foram confirmados 1.209 novos casos. Os números são do boletim da Secretaria de Estado de Saúde (SES).
Dezembro teve 5.397 novos casos até o dia 31, o que dá uma média diária de 174 registros. O dia 17 foi o que teve o menor registro (149) e o dia 28 o maior (350), números bem distantes dos apresentados nos últimos dias. No dia 4 de janeiro foram 699 casos, no dia 5 mais 796 e ontem 1.209.
O significativo aumento tem sido observado em várias cidades do Estado e alguns municípios voltam a decretar o toque de recolher, como Poconé (104 km ao sul) e São Félix do Araguaia (1.200 km a nordeste).
O município de Chapada dos Guimarães (67 km ao norte), que teve festa pública de Réveillon com cerca de 30 mil pessoas, viu subir os atendimentos na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de 120 para 200 ao dia, segundo a secretária de Saúde, Rosa Maria Blanco Manzano. Mas a gestora assegura que os casos de covid e influenza estão sob controle e nega que tenha ocorrido piorado o quadro pandêmico em virtude das festividades de fim de ano. Independente de show, Chapada é um lugar turístico e, com festa ou não, a população sobe para cá, de qualquer jeito. Além disso, teve município que não fez festa e está pior que a gente, justifica.
Conforme a secretária, o município tem realizado testes em todas as pessoas que chegam com sintomas de covid-19, nas 4 unidades de saúde da área urbana e nas 4 unidades da zona rural. Mas, de influenza, só em casos especiais de internação.
Segundo o prefeito de Chapada, Osmar Froner, quando houve a decisão da realização do Réveillon, os indicadores na cidade eram bastante seguros e com grande cobertura vacinal. Ressaltou que a cidade já estava há 100 dias sem registros de covid-19 e, nos últimos dias, passou de 5 para 22 casos, o que ele não relaciona ao evento. Os casos positivos são de famílias já vacinadas com primeira e segunda dose, outras até com dose de reforço, e 3 dessas famílias são evangélicas e nem participaram da festividade.
Froner ressaltou que a população segue monitorada, com as unidades de saúde prontas para o atendimento, bem como com medicamentos disponíveis. Completou que apesar do aumento da demanda nas unidades de saúde, 70% dos atendimentos são relacionados à gripe.