O novo salário mínimo, em vigor desde o dia 1ª, não animou os trabalhadores. Pelo contrário, gerou revolta pelo valor do aumento de R$112. “Não adiante nada subir o salário, se tudo aumenta. Fica elas por elas”, afirmou o pedreiro Marco Aurélio Nazaré.
De acordo com a Agência Brasil, para calcular o valor de 2022, utilizou-se a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) prevista para todo o ano de 2021, que totalizou 10,02%. Neste percentual, foram considerados os valores do INPC para os meses de janeiro a novembro e as projeções do Governo para o mês de dezembro. Em 2021, o salário mínimo recebido pelos trabalhadores é de R$ 1.100,00.
O entrevistou trabalhadores em Cuiabá e todos ouvidos se mostraram insatisfeitos com o reajuste. O principal argumento apontado pelas pessoas é que o preço dos produtos está subindo a cada dia e o valor reajustado não cobre o gasto para sobrevivência.
O trabalhador de empresa de energia Aluízio Santana recebe um salário mínimo e essa é a única renda para manutenção da família composta pela esposa e uma menina pequena. Ela avalia que os R$ 112 a mais até ajudam, mas estão muito distante de dar fôlego à família diante do custo de vida.
“Achei bom, mas vai subir arroz, subir feijão. Aí não adianta. Para nós que recebemos só um salário mínimo é muito difícil. Eu tenho uma criança pequena e minha esposa está desempregada. É só meu salário para comprar comida, remédio. Esse aumento dá elas por elas”, explica o assalariado.
O pedreiro Marcos Aurélio Nazaré faz coro ao que disse Aluízio. Para ele, o valor do aumento não vai aliviar para as famílias diante da inflação.
“De que adianta subir o salário se as coisas aumentam? Pra mim esse aumento não faz diferença. Tudo aumentou. Não rende”, se revolta.
A comerciante Sonia Rosa vende salgados e café há 10 anos no mesmo ponto, no bairro Planalto, em Cuiabá. Ela se assusta a cada vez que vai repor estoque dos produtos que comercializa. Ao , a mulher relata que há poucos dias comprou um pacote de café por R$ 6,9. Na terça-feira (3) o mesmo produto custava R$ 9.
A água que ela vende custava R$ 10 há poucas semanas, atualmente paga entre R$ 18 e R$ 20 no mesmo produto. Porém, os alimentos que ela oferece aos clientes não tiveram reajuste e a renda só diminui.
“Eu acho ruim demais. É pouco, no preço que está as coisas. Esse salário tá pouco demais. E a carne? Como a gente come carne. Um cesta básica que eu pagava R$ 250 agora custa R$ 370. Viver está difícil. Eu não tenho criança pequena, mas e quem tem um monte de filhos?”, declara a mulher.
De acordo com matéria publicada pelo jornal A Gazeta, o valor de R$ 1.212,00 não dá para compras duas cestas básicas completas. O sacolão com itens essenciais de alimentação, higiene e limpeza custa R$ 627,81.