O cerrado, a savana com a maior biodiversidade do planeta, pode virar um alvo fácil para desmatadores, que estarão livres para avançar sobre a fauna da região com o fim do monitoramento do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). A verba destinada ao órgão para manter o programa de vigilância da região está chegando ao fim, e o serviço pode ser interrompido no próximo mês.
Desde o ano passado, organizações ambientais como o ISPN (Instituto Sociedade, População e Natureza), o Instituto Cerrados e entidades que integram a Rede Cerrado alertam para o apagão de dados que pode atingir a área ambiental caso os recursos não sejam repostos. As informações colhidas pelo Inpe servem para nortear ações ambientais contra a degradação da natureza, apontam em que regiões o desmatamento está avançando de maneira mais acentuada e subsidiam operações de órgãos como o Ibama e a Polícia Federal.
O R7 entrou em contato com o Inpe, o Ministério do Meio Ambiente e a pasta da Economia para perguntar sobre a manutenção dos sistemas de vigilância e a alocação de recursos, a fim de garantir a continuidade dos programas. Até a publicação desta matéria, os órgãos não tinham respondido ao questionamento.