Um metalúrgico, 42, foi agredido por policiais em frente ao “trailer” de lanches do filho de 20 anos. O fato ocorreu na noite deste sábado (15.01), em frente a uma loja de móveis na avenida principal de Juara (693 km de Cuiabá).
De acordo com entrevista exclusiva ao Grupo Amplitude de Comunicação, o homem estava com a família na lanchonete móvel ajudando o filho e consumindo algumas porções e refrigerantes.
Em determinado momento foram abordados por uma guarnição policial.
Segundo a versão do metalúrgico, os agentes chegaram ordenando que ele abaixasse o volume do som do carro, que de acordo com a sua versão, estava "som ambiente".
Para evitar confusão, esposa do denunciante se levantou da mesa, foi até o veículo, diminuiu o volume e fechou o porta-malas do carro.
A equipe policial, teria dado uma volta no quarteirão e ao notar que a "família" não teria desligado o som, desceram da viatura, ofendendo e humilhando o homem, momento em que um dos policiais desferiu um tapa no rosto do denunciante.
Os vídeos que mostram a atuação dos policiais foram postados em diversas redes sociais, e em uma das páginas da cidade acumulam mais de 10 mil visualizações. Nas publicações, a maioria dos comentários adverte a ação do policial e destacam que o homem "vítima" da ação é um conhecido "trabalhador" da cidade.
Nas imagens é possível ver momento em que o homem, já algemado recebe um mata-leão e é jogado dentro do camburão da viatura.
“Eu fui humilhado. Ele me deu um soco e cortou meu supercílio. Eu fiquei com o olho roxo e rosto inchado. Além disso, quebraram meus óculos e meu celular está com a tela trincada”, afirmou o metalúrgico.
A Polícia Militar enviou para nossa equipe o boletim de ocorrência, onde é alegado “resistência”.
No registro consta que a equipe policial esteve no local após denúncia anônima de perturbação do sossego, e no momento em que foram realizar a abordagem foram xingados pelo homem. Neste momento, se viram "obrigados" a utilização moderada da força.
Em entrevista, o homem afirmou que reagiu à abordagem, mas não da maneira em que foi afirmado pelos militares.
“Quem apanha de graça? Ninguém tem sangue de barata! Mesmo algemado eu ainda levei um mata-leão. Depois me jogaram no camburão como se fosse um saco de lixo, como se fosse um bandido, eu não sou bandido”, afirmou o metalúrgico.
Nos grupos de imprensa foi distribuído o boletim de ocorrências e fotos de uma “carretinha de som”, que o homem alega ser de outra pessoa.
“Nós temos um som normal, de porta, que se um carro com um som mais potente ligo ao nosso lado, não dá nem para escutar a nossa música. Aquele som potente foi apreensão de outro veículo que estava lá".
Além disso, o denunciante alega que seu carro foi removido do local por um policial até a delegacia, sendo que, por lei, um carro apreendido precisa ser rebocado por um caminhão guincho até o seu destino.
A equipe de jornalismo do Amplitude News, entrou em contato com a corregedoria da Polícia Militar, no entanto, até a publicação desta matéria não havia nenhuma nota que explicasse a ação da polícia.
Outro caso
Um homem, de 35 anos, que terá sua identidade preservada, alega ter sido espancado pela mesma equipe policial no dia 5 de dezembro de 2021 em Juara.
O rapaz alega que por volta da meia-noite, ele passava em frente a um clube da cidade, quando avistou uma viatura da polícia militar, e segundo ele, os policiais atravessaram o veículo na frente da moto e desceram já partindo para cima dele.
“Eles chegaram gritando, então é você que gosta de empinar moto né. Mandaram eu colocar a mão na cabeça, mas já deram uma porrada na minha cara e foram dando murro, murro, murro, bicuda, bicuda, e eu caí no chão e eles chutaram minhas costas. Eles chegaram pegar um pau e dizer também que iam atirar na minha cabeça”.
Em entrevista exclusiva à reportagem, a vítima contou que precisou ficar internado por cerca de 10 dias no Hospital Municipal de Juara, e mesmo após sua internação, precisou ir à unidade tomar medicação na veia, pois sentia muitas dores, devido ter lesionado a coluna.
Além disso, o rapaz disse que perdeu o emprego que tinha em uma fazenda, pois era operador de máquinas agrícolas.
“Eu tenho dois filhos para criar, e a polícia fez isso comigo. Já perdi meu emprego e ainda estou machucado das costas”.