As primeiras análises dos peixes-leão, espécie invasora e venenosa encontrada em Fernando de Noronha, foram divulgadas nesta segunda-feira (24). Após 24 animais serem analisados, a primeira constatação é de que o peixe-leão tem se alimentado de outros peixes da ilha e está em fase reprodutiva em Noronha.
O estudo é realizado pelo doutor em biologia marinha Pedro Pereira, diretor do Projeto Conservação Recifal (PCR), sediado no Recife.
“Nós analisamos o conteúdo estomacal dos animais e constatamos que o peixe-leão está se alimentando das espécies que há em Noronha. Isso era esperado, mas ruim porque algumas espécies nativas podem ser reduzidas. Esse é um dos nossos medos”, disse o pesquisador.
O nome científico do peixe-leão é Pterois volitans. Essa espécie tem espinhos venenosos que contêm uma toxina que pode causar febre, vermelhidão e até convulsões aos seres humanos. O animal é predador e pode consumir espécies endêmicas, que só ocorrem nessa região, além de causar um desequilíbrio ecológico.
O primeiro peixe-leão foi capturado em Noronha em dezembro de 2020. Em 2021, as capturas dos animais na ilha se multiplicaram (veja vídeo acima). Elas são feitas por profissionais das operadoras de mergulho sob coordenação do Instituto Chico Mendes da Biodiversidade (ICMBio), que fez parceria com pesquisadores para análise dos animais.
“Até agora, foram registrados 50 avistamentos e 32 capturas. Desse total, 11 capturas foram feitas na Área de Proteção Ambiental e 20 na região do Parque Nacional Marinho”, afirmou a chefe do ICMBio em Noronha, Carla Guaitanele.