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R$ 200 milhões em criptomoedas podem ter causado mortes no PCC

Django, encontrado morto neste domingo (23) na Vila Matilde, não teria sido baleado por deferência da facção criminosa

Data: Segunda-feira, 24/01/2022 17:26
Fonte: Tony Chastinet, Luanna Barros e Tiago Muniz, da Record TV

A sequência de mortes envolvendo lideranças e traficantes ligados ao PCC (Primeiro Comando da Capital) pode estar relacionada com uma série de desacertos numa negociação milionária para lavagem de dinheiro da facção. A Polícia Civil de São Paulo investiga se o sumiço de R$ 200 milhões que deveriam ter sido depositados na forma de criptomoedas para a organização criminosa teria motivado os crimes.

Uma das hipóteses das autoridades aponta para a indicação de dois corretores de moedas digitais para as lideranças do PCC por parte de Cláudio Marcos de Almeida, conhecido como Django, e Anselmo Fausta – ambos assassinados nos últimos dias. Django era um dos principais chefes do PCC em liberdade, enquanto Fausta era um dos principais traficantes internacionais que prestavam serviços ao grupo.

A desavença começou quando líderes do PCC indagaram aos corretores o paradeiro dos R$ 200 milhões que teriam sido depositados como moeda digital. Esses corretores disseram que o dinheiro não estava com eles, e sim sob posse de Fausta. Assim, os integrantes da facção passaram a tentar descobrir o destino do dinheiro. Sem sucesso, eles ordenaram a morte dos dois por terem indicado o negócio.

Em dezembro, Anselmo Fausta foi executado com dezenas de tiros disparados contra seu carro numa emboscada no Tatuapé, zona leste de São Paulo. O motorista do veículo, Antonio Corona Neto, também foi morto na ocasião.

Neste domingo (23), o corpo de Django foi encontrado sem vida por guardas civis metropolitanos embaixo do viaduto Vila Matilde, também na zona leste da capital paulista.  A Record TV apurou que, diferentemente de Fausta, morto com diversos disparos, Django foi morto por estrangulamento, porque era um criminoso respeitado dentro do PCC.

A morte dele teria ocorrido no fim de semana, na favela de Heliópolis, a mando do criminoso conhecido como Tuta, que seria a maior liderança da organização criminosa em liberdade atualmente. Tuta é um dos investigados na Operação Sharks, que, em 2020, apontou a movimentação de R$ 1 bilhão pela facção criminosa.

A polícia investiga se a execução de outros dois homens, cujos corpos foram encontrados decapitados há alguns dias, também tem relação com a morte de Fausta. Um desses corpos foi encontrado em Cidade Tiradentes, zona leste da capital paulista; o outro, em Suzano, cidade da região metropolitana de São Paulo.

Documentos obtidos pela Record TV com exclusivdade mostram ainda que Fausta já havia movimentado criptomoedas anteriormente. Em maio do ano passado, ele teria enviado R$ 298 mil para uma corretora de bitcoins. Esse dinheiro era parte de R$ 25 milhões obtidos como prêmio de uma aposta da Mega-Sena, a partir de cotas de um bolão. A compra das cotas dessa aposta está sob suspeita de ter sido realizada para lavar dinheiro de atividades ilícitas.