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Moro ataca PT e diz que vai revelar quanto recebeu de empresa

Nos últimos dias, a bancada do PT anunciou que pediria uma CPI para investigar atuação do ex-juiz no setor privado

Data: Sexta-feira, 28/01/2022 08:31
Fonte: Hellen Leite, do R7, em Brasília

O ex-juiz e pré-candidato à Presidência Sergio Moro (Podemos) vai divulgar nesta sexta-feira (28) quanto recebeu do escritório Alvarez & Marsal durante o período em que trabalhou para a empresa, em 2021. O questionamento sobre os valores recebidos por ele partiu do Tribunal de Contas da União.

A prestação de contas será transmitida em uma live nas redes sociais, com a participação do deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP). Moro diz que considera o processo um abuso, mas vai revelar os ganhos "em consideração aos brasileiros".

"Apesar da natimorta CPI e das ilegalidades do processo no TCU, eu, por consideração aos brasileiros e em nome da transparência que deve pautar a política, divulgarei meus rendimentos na empresa em que trabalhei. Não para o Centrão, muito menos para o PT: vamos falar de transparência com o povo, e inaugurar uma nova era na política brasileira", escreveu o ex-juiz.

Nos últimos dias, a bancada do PT na Câmara dos Deputados anunciou que começaria a colher assinaturas para a criação de uma CPI para investigar a atuação de Moro no setor privado, sob a alegação de suposto conflito de interesses. O TCU analisa se houve conflito de interesses pelo fato de o escritório Alvarez & Marsal atender empreiteiras investigadas pela Operação Lava-Jato.

Para o ex-juiz, a bancada petista não deve avançar na tentativa de instaurar uma CPI, e a investigação do TCU é ilegal. “O PT e o Centrão queriam me investigar através de uma CPI, mas já desistiram, porque sabiam que não iam encontrar nada de errado e iam quebrar a cara. Tem um ministro do TCU que quer investigar o que eu fiz no setor privado depois que deixei o cargo de ministro da Justiça. É um abuso esse processo, cheio de ilegalidades”, afirmou.

Moro trabalhou na área de compliance da consultoria americana em 2020, logo depois de deixar o Ministério da Justiça, e permaneceu até outubro do ano passado, quando decidiu disputar as eleições presidenciais.