Sem alternativas para escoar a soja para o Norte, pelo menos mil caminhões carregados com o grão mato-grossense se arriscam pelos atoleiros da rodovia BR- 163, entre o distrito de Santa Júlia e o município de Moraes de Almeida, no Pará. Rumo aos portos de Santarém e Miritituba, no mesmo Estado, eles dependem das condições climáticas para chegar ao destino e, enfim retornar. Após as chuvas registradas nos últimos dias, o trânsito de caminhões no local começou a fluir nesta segunda-feira (5).
A informação é do líder do Movimento dos Transportadores de Grãos (MTG), Gilson Baitaca, que destaca a intervenção do Departamento Nacional de Trânsito (Denit) e do Exército, como atenuantes do problema na região. “Este ano a diferença é que tem esses bloqueios, então quando chove os caminhões param antes de chegar nos trechos mais críticos. Para quem é pego nos pontos mais crítico, não tem jeito, tem que esperar a chuva passar e rebocar", disse ao Olhar Direto.
Na sexta-feira (2) o trecho entre Novo Progresso e Moraes Almeida foi fechado por 62 horas, para evitar esse tipo de situação. Na ocasião os motoristas chegaram a cogitar a possibilidade de falta de comida e água. A previsão, contudo, não se concretizou. “De fato nós fomos informados que havia essa preocupação, mas nenhuma situação do tipo chegou a ser relatada, até porque os caminhoneiros são muito solidários e normalmente quem sobe para lá, já sabe que é um pedaço complicado.”
É por esse motivo, que, segundo Gilson, o frete para a região é bem mais atrativo que o oferecido para os portos do sul, por exemplo. Tanto na ida quanto na volta os profissionais podem enfrentar filas de 30 km, além dos atoleiros. “Quem vai já está consciente que pode passar por isso. Os motoristas aceitam na esperança que de que não aconteça nada, mas pode vir uma chuva e atrapalhar tudo. Então, como você pode ficar dias a mais na estrada, isso já está incluso no preço do frete.”
Mesmo diante desse cenário, foi constatada uma melhora, já que os caminhos mais críticos foram reduzidos com a pavimentação de alguns pontos da BR. Gilson, no entanto, reforça que o problema só será completamente sanado quando a via for totalmente asfaltada.
MT – 322
Situação semelhante a de pontos do trajeto na BR 163 também foi registrada na MT -322. O tráfego de carretas e caminhões em um trecho não pavimentado, de pelo menos 80 quilômetros entre os municípios São José do Xingu e São Félix do Araguaia está comprometido e dificulta o transporte de grãos.
De acordo com o site Só Notícias, chove na região desde sexta-feira (2), o que aumentou consideravelmente o número de atoleiros. A rodovia é a principal via de acesso dos moradores das cidades de Bom Jesus do Araguaia, Canabrava do Norte, Porto Alegre do Norte, São Félix do Araguaia e Santa Cruz do Xingu até o entroncamento com a BR-163, em Matupá.