O secretário dos Transportes Metropolitanos de São Paulo, Paulo Galli, detalhou, na tarde desta quarta-feira (2), o plano de ação para o conserto da cratera que se abriu após um acidente em uma obra da linha 6 Laranja do Metrô, na marginal Tietê, no sentido rodovia Ayrton Senna, em São Paulo, na terça-feira (1º).
Segundo ele, há duas possibilidades debatidas pelo Estado junto à empresa que faz parte da parceria público-privada responsável pela obra. "A construtora trouxe como soluções dois cenários: o primeiro prevê a colocação de estacas para a contenção da pista da marginal. Dependendo dessa solução, levaríamos até o dia 11 e entregaríamos a pista central para o tráfego normal", explicou Galli.
"Dependendo do desempenho que se tiver, o trabalho que se está sendo feito pela Acciona de tapar aquela vala aberta, hoje a tarde eles vão posicionar, mas talvez não precise desse estaqueamento, aí teríamos um prazo mais rápido e dois ou três dias estaria liberando", informou o secretário.
O governador João Doria (PSDB) se reuniu às 11h desta terça-feira (2) com representantes da empresa Acciona, da Sabesp e da Secretaria de Transportes Metropolitanos para apresentar o plano de trabalho solucionar o acidente na Linha 6- Laranja. O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, também participou.
O governo estadual criou um comitê para investigar a causa do incidente e avaliar soluções técnicas para a realização de obras de drenagem. Desde que foi aberta, por volta das 9h da manhã, a cratera aumentou progressivamente até ocupar três faixas da pista interna da marginal Tietê.
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, destacou que, junto à CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), planeja vias alternativas para atender linhas de ônibus e motociclitas que trafegavam pela pista local da marginal Tietê.
"Agora entramos na fase de ações para poder liberar a marginal e conter um pouco o trânisto. Na pista local, são cinco linhas de ônibus e também temos os motociclistas. Estivemos com a empresa e junto com a CET e verificamos a possibilidade de fazer um desvio para atender as linhas de ônibus. Do ponto de vista da mobilidade, hoje vamos saber se haverá a necessidade de fazer o estacamento."
O governador Doria e o secretário Paulo Galli afirmaram que os custos com a obra e com o plano para conserto das pistas da marginal serão abarcados pela empresa Acciona. O presidente da Acciona no Brasil, André Angelo, destacou que o acidente não deixou vítimas. "Liberar o tráfego da marginal passa a ser nossa maior prioridade. Desde ontem, caminhões colocaram pedras e injeção de concreto e argamassa para dar condições necessárias para que a cratera não aumente", afirmou.
Segundo o secretário de Transportes Metropolitanos, Paulo José Galli, a causa do desabamento foi o rompimento de uma galeria de esgoto no sentido transversal a uma obra da Linha 6-Laranja do Metrô.
“Houve o início de vazamento às 8h21, e o que começou de uma maneira leve acabou rompendo. O solo não suportou o peso da galeria e se rompeu. A tuneladora passava a 3 metros dessa galeria, então não é um choque da tuneladora com a galeria”, disse Galli.
A tuneladora citada pelo secretário é o chamado "tatuzão", equipamento que começou a operar no local em dezembro e que cava um túnel por onde passará a linha do metrô. Apesar de não ter havido um choque entre o tatuzão e a rede de esgoto, segundo o governo de São Paulo, especialistas levantam a hipótese de que a máquina seja responsável pelo incidente de forma indireta.
A trepidação causada pela tuneladora é uma das possíveis causas do rompimento da rede de esgoto. Outro possível motivo apontado é a perda de sustentação da rede de esgoto com a retirada de terra embaixo dos canos — o tatuzão passa cerca de 3 metros abaixo da tubulação.
O Governo de São Paulo vai contratar uma auditoria para determinar as circunstâncias do acidente. Além disso, o Ministério Público de São Paulo instaurou inquérito.
A pista local da marginal Tietê, colada à obra, está interditada e já perdeu três faixas para a cratera. A pista central está interditada na altura do desabamento. A pista expressa, mais à esquerda, está funcionando normalmente. A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) recomenda que motoristas evitem a região.
No momento do acidente, 50 pessoas trabalhavam e foram retiradas. Alguns se molharam com a água da rede de esgoto que estourou. Eles foram socorridos pelos bombeiros e receberam atendimento médico.
Segundo a Defesa Civil do estado, não há risco para prédios que estejam na área próxima ao desabamento. Muitos dos moradores dos locais, no entanto, deixaram sua casa com medo de novos acidentes.
Como o acidente aconteceu há menos de um dia, o governo ainda não tem uma previsão de quando conseguirá reerguer as vias da pista interna da marginal Tietê e continuar com as obras da Linha 6-Laranja. Somente a perícia do local pode levar seis meses para ter o laudo concluído.