Dois dos três presos pela morte de Moïse Kabamgabe possuíam antecedentes criminais. Aleson Cristiano de Oliveira Fonseca, o Dezenove, já teve passagem por corrupção de menores, extorsão e porte ilegal de arma. Já Fábio Pirineus da Silva, o Belo, por falta de pagamento de pensão alimentícia e ameaças a ex-mulher.
A polícia prendeu temporariamente três dos quatro agressores que mataram o congolês. Moïse foi espancado, amarrado e morto por ao menos quatro homens, no dia 24 de janeiro, em um quiosque na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio.
O crime foi registrado por câmeras de segurança do quiosque onde a vítima trabalhava.
Os criminosos foram transferidos para a cadeia José Frederico Marques, em Benfica, zona central do Rio, nesta quarta (2).
Na tarde da última quarta-feira, a família de Moïse prestou depoimento na Delegacia de Homicídios. O depoimento foi acompanhando por um procurador de direitos humanos da OAB-RJ (Ordem dos Advogados do Brasil). Rodrigo Mondego disse, em entrevista à imprensa, que a família de Moïse Kabamgabe não teve acesso ao inquérito sobre a morte do jovem congolês.
Mondego considera que existe uma tentativa de desqualificar a vítima, responsabilizando Moïse pela situação que provocou sua própria morte, por estar supostamente alcoolizado.
O MPT-RJ (Ministério Público do Trabalho do Rio de Janeiro) também abriu inquérito para apurar a morte do congolês. O órgão vai investigar a relação trabalhistas entre as partes. Em nota, o MPT informou que a denúncia aponta para um possível trabalho sem o reconhecimento de direitos trabalhistas, podendo configurar trabalho em condições análogas à de escravo, na modalidade trabalho forçado, de xenofobia e de racismo.