Em Cuiabá, o Comitê de Ação Preventiva contra o mosquito Aedes aegypti passa a contar com o apoio de um VANT - espécie de drone (veículo aéreo não tripulado), para fazer o mapeamento e monitoramento dos focos larvários do mosquito que é o vetor de doenças como dengue, zika vírus e as febres chikungunya e amarela. A eficácia da aeronave, que é controlada por um técnico e filma em resolução 4K - o equivalente a quatro vezes o padrão Full HD e com georreferenciamento, foi apresentada durante reunião do Comitê realizada na última sexta-feira (03), no Salão Nobre da Prefeitura de Cuiabá.
Na ocasião, a secretária Municipal de Saúde e presidente do Comitê, Elizeth Araújo explicou que nesta fase teste, o VANT está sobrevoando os bairros assinalados como os campeões na proliferação do mosquito pelo LIRAa - Levantamento de Índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti. “As imagens de altíssima resolução servirão de subsídio para que o Comitê intensifique ainda mais as ações de combate ao Aedes nos bairros com LIRAa mais altos. Iniciaremos por eles, que são os mais preocupantes, depois iremos para outras localidades. Com a exatidão dos principais criadouros computados por região, rua e casa, teremos como dimensionar e direcionar melhor os trabalhos e, com isso, deliberar sobre ações mais enérgicas para cada região”, frisou a gestora.
Conforme o diretor de Vigilância em Saúde do Município e coordenador do Comitê, Benedito Oscar Fernandes de Campos, outro fator positivo do uso dessas imagens é a identificação de qual material está sendo usado para a propagação do mosquito. “Com o uso do VANT também saberemos, em tempo real, onde está e o que a fêmea do mosquito está usando como criadouro e isso tornará ainda mais eficiente o trabalho dos Agentes de Combates às Endemias (ACE) que, amparados por essas informações, poderão indicar na visita onde está o foco do mosquito”, completou Oscar.
Como exemplo disso, o diretor citou o levantamento aéreo apresentado na reunião, onde o bairro Pedra 90, que possui cerca de 25 mil habitantes, está entre os maios preocupantes. A amostragem indicou focos do Aedes aegypti em toda a região e destes, mais de 70% estavam em recipientes de armazenamentos de água, sejam caixas ou tonéis em uso que estavam abertos, ou mesmo abandonados. O lixo também é outro vilão, representando 30% dos criadouros.
AÇÕES DO COMITÊ
Com base nas amostragens, diversas ações pontuais foram deliberadas pelo Comitê, dentre elas, a intensificação da parceria com a Secretaria de Serviços Urbanos nos projetos Mutirão da Limpeza e Cata Treco. Nestes locais de grande foco, o Comitê também dará ênfase, junto à Secretaria de Educação, às palestras voltadas a Educação Ambiental e sobre o ciclo evolutivo do Aedes. Modelos de comunicação direta e incisiva, com carro de som e panfletagens também serão realizados. Além disso, o comitê fará, junto à Secretária Adjunta de Relações Comunitárias, uma reunião ampliada com presidentes e lideranças comunitárias para apresentar os resultados preliminares do VANT.
“Os levantamentos preliminares do VANT, feitos em plena época de chuva já nos apresenta resultados impactantes sobre os focos do Aedes tendo em vista o último LIRAa, realizado em novembro. Nosso plano de trabalho é mostrar a realidade para todos os entes participantes da comunidade de forma a realmente impactá-los. Nós avançamos nos resultados positivos, mas só com a ajuda de todos conseguiremos de fato sair da zona de risco em que nos encontramos com relação a este transmissor das terríveis, dengue, zika vírus e as febres chikungunya e amarela”, finalizou Moema Couto Silva Blatt, gestora do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS).