Em meio à volta às aulas, o estado de São Paulo tem pelo menos 4.000 crianças sem vaga na rede pública de ensino, segundo informações da Secretaria de Educação estadual consultadas pelo R7. De acordo com a gestão Doria, o déficit foi causado por aumento súbito da demanda pela rede pública, que viu o número de vagas preenchidas por alunos matriculados saltar de 65.666, no fim do ano letivo de 2020, para 71.035, no início de 2022.
Em nota, a Secretaria de Educação afirmou ainda que esse aumento na procura veio por causa de pais de crianças não matriculadas no ensino infantil (creches e pré-escolas) que buscaram neste ano matrícula no 1º ano do ensino fundamental. A pasta também citou a migração da rede particular como um dos motivos para a falta de vagas.
O problema na rede pública paulista foi revelado pelo jornal Folha de S.Paulo, em reportagem que calculou uma fila de espera de mais de 14 mil crianças apenas na capital paulista por vaga no 1º ano do ensino fundamental público. O R7 entrou em contato com a Prefeitura de São Paulo, mas não recebeu resposta até a publicação desta matéria.
Na última sexta-feira (4), as gestões municipal e estadual foram alvo de ação do Ministério Público de São Paulo. Em ofício, o promotor João Paulo Faustinoni, do Geduc (Grupo de Atuação Especial de Educação), determinou que as secretarias solucionassem em dez dias a falta de vagas.
O Governo do Estado de São Paulo afirma ter criado 3.720 vagas nos últimos quatro dias. A última atualização da fila de espera, antes do anúncio da criação de outras 1.020 vagas nesta segunda-feira (7), era de 5.020 crianças aguardando pela matrícula.