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'Acordei sendo enforcada na cama, ao lado do meu filho', diz Monique

Em audiência, mãe de Henry Borel descreveu comportamentos abusivos de Jairinho, que, segundo ela, tinha crises de ciúme

Data: Quarta-feira, 09/02/2022 19:47
Fonte: Victor Tozo*, do R7

Em depoimento prestado durante a audiência sobre a morte de Henry Borel realizada nesta quarta-feira (9), Monique Medeiros, mãe do menino, contou detalhes de seu relacionamento com Jairo Souza Santos Júnior, o Jairinho, e descreveu comportamentos abusivos e ataques de ciúme do ex-vereador.

No Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Monique relatou o primeiro episódio de agressão física que teria sofrido de Jairo, em novembro de 2020, cinco meses antes da morte do menino.

Segundo ela, o ex-parlamentar tinha consumido bebidas alcoólicas e pulado o muro da casa onde ela morava com os pais, em Bangu, na zona oeste do Rio, de madrugada. Ele teria, então, acessado o celular da professora em busca de mensagens entre ela e o pai de Henry, Leniel Borel.

"Ele se incomodou porque eu chamava o Leniel de Lê e ele me chamava de Nique. Eu acordei sendo enforcada na cama por ele, ao lado do meu filho deitado, sem saber o porquê", disse Monique.

A mãe de Henry também contou sobre um episódio no qual Jairinho teria sentido ciúme de um entregador que havia levado uma sobremesa até o apartamento onde o casal morava, na Barra da Tijuca.

Monique afirmou que o ex-vereador a acusou de flertar com o homem e chegou a enviar mensagens a uma conhecida que trabalhava na Vigilância Sanitária, alegando que a comida do local estava podre e pedindo a interdição do restaurante. A professora disse, no entanto, que conseguiu convencê-lo a apagar as mensagens.

Ela declarou que só conseguiu acalmar Jairinho depois de chamá-lo para a cama e "namorar" com ele, e disse que esse era um comportamento recorrente. "Todas as vezes que tinha briga, tinha que ser deitada na cama", apontou. 

Além de destacar o comportamento abusivo de Jairo, Monique relatou ver nele indícios de bipolaridade, e afirmou que o político tomava remédios ansiolíticos de tarja preta para dormir e antidepressivos.

A professora também afirmou que Jairinho tinha oscilações de humor e sempre dizia que iria mudar e procurar ajuda médica, desculpando-se por seu comportamento.

Mais cedo, durante a audiência, Jairinho disse que nunca encostou em um fio de cabelo de Henry. Ele alegou que precisava de provas e exigiu um exame toxicológico, imagens de câmeras de segurança do Instituto Médico-Legal para onde o corpo de Henry foi encaminhado, bem como as imagens do hospital e o resultado do raio-X feito na criança.