A mãe do empresário Toni Flor prestou depoimento à Justiça nesta terça-feira (22), disse que sempre desconfiou que o crime havia sido cometido a mando da mulher da vítima. Leonice da Silva Flor foi ouvida neste segundo dia de julgamento.
O caso está sendo julgado na 12ª Vara Criminal de Cuiabá, sob responsabilidade do juiz Flávio Miraglia Fernandes. O assassinato aconteceu no dia 11 de agosto de 2020, no momento em que a vítima chegava a uma academia, no Bairro Santa Marta, em Cuiabá.
De acordo com Leonice, o filho havia externado o desejo de separar da mulher, Ana Cláudia Flor, cinco dias antes de ser assassinado. Segundo ela, quando soube do crime logo desconfiou e externou a sua filha, Viviane Flor, que a nora havia encomendado o crime.
"Minha filha me pegou em casa e disse 'mãe, o Toni tomou cinco tiros'. Eu falei foi a Ana Cláudia quem mandou, tenho certeza! Meu coração de mãe está palpitando dizendo que foi ela quem mandou e minha filha ficou brava comigo", disse em seu depoimento.
Ela destacou que desconfiava da conduta da nora porque quando o casal brigava eles se separavam e Ana Cláudia sempre quebrava as coisas em casa.
Quando o filho externou o desejo de se separar de Ana Cláudia a mãe disse que pediu pra Toni ainda não falar nada por considerar a nora uma pessoa "muito perigosa", justamente por quebrar os objetos de caso quando o casal brigava.
Após a morte do empresário, Leonice disse que a nora se apegou muito a ela. "Vivia na minha casa chorando junto comigo", contou.
Leocir também expôs um diálogo que teve com Ana Cláudia depois da morte de Toni e a prisão do suspeito, Igor Espinosa. Segundo ela, em dia recebeu a ligação de Ana Cláudia dizendo que estava tentando contratar alguém para matar Igor na cadeia.
A mãe de Toni teria implorado para a nora não fazer isso. "Se você fizer isso o caso será arquivado, o Igor é a nossa única esperança [de saber quem é o mandante]", contou.
Três homens teriam sido contratados pela empresária e, após o crime, a arma foi jogada no Lago de Manso. A princípio, a suspeita era que Toni teria sido confundido com um agente da Polícia Federal.
De acordo com o delegado, o homem que efetuou cinco disparos contra Toni confessou que Ana Cláudia negociou o valor de R$ 20 mil para cada criminoso.
Segundo ele, essa negociação foi feita durante uma videochamada.
O delegado disse ainda que o interesse da mulher na herança e a tentativa de esconder outro relacionamento podem ter motivado o crime. Em 2019, Ana registrou um boletim de ocorrência onde afirmou que foi agredida por Toni após ele flagrar uma conversa dela com outro homem pelo WhatsApp.
A polícia investiga se há ligação dos supostos amantes com o crime.
De acordo com o delegado, algumas perguntas feitas por Ana Cláudia causaram estranheza. Ela teria questionado se havia imagens do local e se apenas a confissão do atirador poderia condenar alguém.
Toni foi assassinado a tiros quando chegava à academia, da qual era proprietário, no bairro Santa Marta, em Cuiabá. O suspeito estava em frente ao estabelecimento, de cabeça baixa, e perguntou pelo nome dele e, quando ele respondeu, foi baleado.
A vítima correu para o interior da academia, sendo socorrida e encaminhada para o Hospital Municipal de Cuiabá, com quatro ferimentos.
Toni chegou ao hospital consciente, sendo encaminhado imediatamente para cirurgia, porém, não resistiu aos ferimentos e morreu dois dias depois.