O Lollapalooza Brasil nunca foi tão emo. O festival teve sua primeira edição em São Paulo em 2012, quando o hardcore emotivo já estava em queda de popularidade. Mas, dez anos depois, as franjas e lamentos foram repaginadas para a era do TikTok.
O resultado salta no cartaz do festival, com veteranos - Alexisonfire, A Day to Remember, Fresno - e novas estrelas do emo - Machine Gun Kellly, jxdn.
Mas como é que os emos voltaram ao topo? O podcast g1 ouviu explicou esse retorno - tem a ver com nostalgia e inovação no TikTok e com parcerias com o hip-hop. Isso impulsionou os antigos e novos ídolos do emo e de seu estilo irmão, o pop-punk.
O termo pop-punk carrega uma contradição interna: o pop bonzinho junto do punk revoltado. A origem está nos anos 70, ainda no início do punk, quando bandas como Buzzcocks levavam aquela raiva para um lado mais romântico e adolescente. Por baixo do som áspero tinha uma canção redondinha.
Mas o termo ficou bem importante e virou fenômeno comercial nos anos 90. Depois do grunge, no mundo pós-Nirvana, o que todo mundo queria era esse som com alma alternativa e tino popular. O pop-punk do Offspring e do Green Day era perfeito para isso.
Foi só o começo de uma era de ouro que durou 15 anos. Em 1999, veio a explosão do Blink-182. Era um pop-punk moleque que tinha na bateria um cara chamado Travis Barker. Ele viria a ser fundamental na geração 2021 - produziu, por exemplo, o americano jxdn, revelado no TikTok e atração do Lolla.