Líderes do G7, grupo dos sete países mais industrializados do mundo, anunciaram neste domingo (27) que vão cortar os bancos russos do sistema mundial de comunicação interbancária, chamado Swift. A medida é mais uma sanção para pressionar a Rússia, após a invasão da Ucrânia.
O Swift (Sociedade de Telecomunicações Financeiras Interbancárias Mundiais) é um sistema de comunicação que permite o pagamento e a transferência de recursos entre empresas de diferentes países, padronizando as informações financeiras.
Em comunicado divulgado pela Casa Branca, as nações escreveram que a medida “garantirá que esses bancos sejam desconectados do sistema financeiro internacional e tenham sua capacidade de operar globalmente prejudicada”.
Sediado e gerido na Bélgica, o Swift foi criado por americanos e europeus em 1973 e reúne hoje 11 mil instituições financeiras conectadas em mais de 200 países.
Na prática, ele funciona como um sistema de mensagens em tempo real que permite aos bancos e às empresas informarem uns aos outros os pagamentos que serão realizados e já foram recebidos. Só no ano passado, mais de 42 milhões de mensagens foram trocadas por dia.
O objetivo do consórcio é garantir que os usuários em todo o mundo se comuniquem de forma rápida e segura. Vale reforçar que o mecanismo não é um sistema de pagamentos, e sim um serviço de mensagens.
A remoção da Rússia do Swift impede os bancos russos de viabilizar pagamentos em suas transações comerciais. Como o país é um grande exportador de petróleo e gás natural para a União Europeia, muitos países dependem desse fornecimento.
A maior implicação é que as empresas de outros países também ficam impedidas de fazer negócios, ou seja, há efeitos colaterais para as economias e o sistema financeiro global.
Alguns países relutaram em cortar o acesso da Rússia à rede de transferência interbancária devido a preocupações sobre como os pagamentos das importações de energia russa seriam feitos e se os credores da UE seriam pagos.
“Swift é a arma nuclear financeira, é o que permitiria que as instituições financeiras russas fossem cortadas de outras instituições em todo o mundo”, disse o ministro das Finanças francês, Bruno Le Maire.
“Quando você tem uma arma nuclear nas mãos, você pensa antes de usá-la. Alguns Estados-membros têm reservas. A França não é um deles”, acrescentou.
O porta-voz do governo alemão disse que a expulsão da Rússia do Swift tem um enorme impacto nas transações para a Alemanha e para empresas alemãs na Rússia.