O PIB (Produto Interno Bruno) brasileiro apresentou um crescimento de 4,6% no ano passado na comparação com 2020. Os dados foram divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), na manhã desta sexta-feira (4).
Com o resultado, a economia brasileira voltou a ter um resultado positivo depois do tombo recorde em 2020, quando o PIB nacional caiu 3,9% devido à Covid-19, o menor resultado já registrado pelo IBGE. O último ano com crescimento tinha sido 2019, quando a economia brasileira subiu 1,2%.
Além disso, a alta de 4,6% registrada no ano passado foi a maior desde 2010, quando o PIB cresceu 7,5%, e ajudou a recuperar as perdas de 2020 por conta da pandemia.
Em 2021, o PIB totalizou R$ 8,7 trilhões. A alta foi puxada principalmente pelos desempenhos dos setores da indústria e de serviços, que cresceram 4,5% e 4,7%, respectivamente. Por outro lado, o IBGE constatou queda na atividade da agropecuária, de 0,2%. Essas três áreas representam 90% do PIB do país.
A coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, disse que o resultado da área de serviços foi fundamental para o crescimento da economia brasileira. "Todas as atividades que compõem os serviços cresceram em 2021, com destaque para transporte, armazenagem e correio (11,4%). O transporte de passageiros subiu bastante, principalmente, no fim do ano, com o retorno das pessoas às viagens", detalhou.
"A atividade de informação e comunicação (12,3%) também avançou puxada por internet e desenvolvimento de sistemas. Essa atividade já vinha crescendo antes da pandemia, mas com o isolamento social e todas as mudanças provocadas pela pandemia, esse processo se intensificou, fazendo a atividade crescer ainda mais", acrescentou.
Ainda segundo o IBGE, houve crescimento de outras atividades de serviços (7,6%). "São atividades relacionadas aos serviços presenciais, parte da economia que foi a mais afetada pela pandemia, mas que voltou a se recuperar, impulsionada pela própria demanda das famílias por esse tipo de serviço", explicou Palis.
Também registraram alta comércio (5,5%), atividades imobiliárias (2,2%), administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade sociais (1,5%) e atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (0,7%).
Na indústria, a construção subiu 9,7%. Em 2020, o desempenho dessa área tinha caído 6,3%. Tal crescimento, de acordo com o IBGE, foi corroborada pelo aumento da ocupação na atividade.
Segundo o levantamento do instituto, as indústrias de transformação expandiram 4,5%. O resultado foi influenciado pela alta nas atividades de fabricação de máquinas e equipamentos; metalurgia; fabricação de outros equipamentos de transporte; fabricação de produtos minerais não-metálicos; e indústria automotiva.
Além disso, as indústrias extrativas avançaram 3% no ano passado, sobretudo por conta da alta na extração de minério de ferro.
Dentre as atividades da indústria, apenas a de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos teve queda, de 0,1%. De acordo com o IBGE, isso aconteceu por conta da crise hídrica.
A queda da agropecuária aconteceu por conta dos períodos de estiagem e das geadas ao longo de 2021.
Segundo Palis, apesar do crescimento anual da produção de soja (11,0%), culturas importantes da lavoura registraram queda na estimativa de produção e perda de produtividade em 2021, como a cana-de-açúcar (-10,1%), o milho (-15,0%) e o café (-21,1%).
"O baixo desempenho da pecuária é explicado, principalmente, pela queda nas estimativas de produção dos bovinos e de leite", observou a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE.