Quando se fala em comida japonesa, muita gente pensa logo em lugares chiquérrimos, caros, onde é preciso até mesmo colocar uma roupa mais ‘arrumada’ para ir. Quebrando todos esses paradigmas, o campo grandense Rafael Comachio, 30, que mora em Cuiabá há nove anos, inaugurou no final de 2017 o primeiro food truck de sushi da capital mato-grossense: o ‘Rolê Sushi’.
Estacionado no Jardim Imperial, o Food Truck abre as portas de quarta-feira a domingo, e traz no cardápio uma diversidade de opções, desde ceviche (R$17,99), usuzukuri (carpaccio de salmão, R$29,99), uramakis, hossomakis, niguiris, joes, temakis e os combinados, com 12 (R$29,90), 25 (R$59,90) e 36 peças (R$89,90).
Rafael trabalha na cozinha desde os 14 anos de idade. “No meu primeiro emprego eu trabalhei na feira, lá em Campo Grande, fazendo sobá, durante uns 4, 5 anos”, lembra. Foi em Cuiabá, no entanto, seu primeiro contato com o sushi. “O primeiro restaurante que eu trabalhei foi o Taki O Japa, lá no Shopping Pantanal, e foi até onde eu conheci meu sushiman, o Joka Rodrigues”.
Após alguns anos de experiência, tanto com a culinária japonesa quanto com a brasileira, ele decidiu se especializar e estudou no Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC). “Foi onde me abriu um leque de oportunidades. Eu costumo dizer pra todo mundo que as coisas surgiram muito, fluíram muito bem depois que eu entrei no Senac e me formei lá”.
Rafael continuou trabalhando em diversas cozinhas, até que montou um container de comida árabe dentro de um Food Park, com um sócio onde ficou por um ano, até decidir sair para abrir o próprio negócio, sozinho. “Eu já tinha vontade de empreender, de montar alguma coisa minha, mas queria montar alguma coisa diferente que não tivesse aqui em Cuiabá”, conta. “A princípio eu pensei em montar um truck de lanche, mas pensei, eu vou ser mais um, né?”.
Foi conversando com seu amigo sushiman que nasceu a ideia de investir em um Food Truck de sushi. O chef buscou na internet e encontrou outros pelo Brasil, mas não em Cuiabá. Foram cinco meses de trabalho para montar o trailer exatamente como ele queria: “Eu tenho um refrigerador grande, que a gente sempre mantém na temperatura certa. Porque assim, como é comida japonesa, a gente tenta sempre ser tudo impecável, limpo, com refrigeração boa. Eu costuma dizer [que] a gente vende comida, a gente vende saúde. E se eu vender um produto que não esteja num padrão de qualidade bom uma vez, meu estabelecimento já vai ficar queimado”, garante.
No início, a ideia do empresário era que o truck fosse itinerante. Tanto que a inauguração aconteceu em uma choperia no bairro Morada do Ouro. No dia seguinte, sem saber onde estacionar, ele foi convidado por uma amiga, dona de um Studio de Pilates, para ir até o Jardim Imperial participar da feira que acontece semanalmente no bairro. “Estacionei aqui na sexta, que foi o segundo dia, vendi super bem. Pensei: vou vir no sábado... vendi bem, vim no domingo. Falei, olha, acho que vou acabar ficando aqui mesmo...”.
O ‘Rolê’ chegou até a participar de alguns encontros de Food Trucks pela cidade, mas foi no Imperial que Rafael conseguiu fidelizar sua clientela. Hoje, ele chega a vender cerca de 50 pratos por noite, em média, e garante que nunca recebeu nenhum feedback negativo. “E eu sirvo de tudo. A gente prepara tudo na hora, eu até costumo explicar pros clientes, que às vezes demora, porque quem está acostumado com food truck, com comida de rua, quer que a comida seja fast food, saia em dez minutos. O meu prato demora de dez, quinze, vinte minutos pra sair, porque a gente prepara tudo na hora. A única coisa que eu trago pronta é o peixe, que a gente já deixa filetado, e o arroz”.
Para ‘forrar’ o estômago do cliente que espera, Rafael oferece a todos uma saladinha sunomono de cortesia. Segundo ele, esta é uma forma, também, de ter um bom atendimento: “Tanto é que eu tenho vários clientes que vem aqui, comem, e falam: ‘Cara, você não perde pra nenhum restaurante grande, porque a qualidade da sua comida é muito boa, o atendimento de vocês é muito bom’. Eu nunca tive um feedback negativo”.
Para o futuro, Rafael pretende terminar de montar outra cozinha, em um ponto fixo, para atender somente delivery. Sobre abrir um restaurante mesmo, ele não tem certeza. “Mas o truck vai continuar sempre, porque é da onde eu comecei, onde surgiu. Eu sou cozinheiro há muito tempo, gosto de cozinhar, mas quanto mais você empreende, mais longe da cozinha você fica”, lamenta. “Eu não quero sair do truck também porque é onde começou, e é uma ideia muito boa, ela é diferente. Aqui em Cuiabá não tem, e eu consegui ter um preço acessível pra comida de rua e com qualidade, eu tenho a mesma qualidade que um restaurante grande tem”, finaliza.
Serviço
Rolê Sushi
Estacionamento: Av. das Palmeiras, Jardim Imperial - Em frente ao Studio de Pilates Indayá Weich e conveniência Prime.
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Informações: (65) 99684-1810