Após 27 anos separadas e sem terem se conhecido, mãe e filha vão se encontrar pela primeira vez em Cuiabá. A maquiadora Deyse Carlos da Silva, de 27 anos, foi separada da mãe biológica desde que nasceu no Hospital Geral, de Cuiabá. Depois de compartilhar a história nas redes sociais, as duas conseguiram encontrar virtualmente uma a outra e estão marcando de se ver pessoalmente em duas semanas.
O que atrapalha esse momento é a distância. Hoje, a mãe biológica de Deyse, chamada Maria Viviane, mora em Chapadão do Sul, em Mato Grosso do Sul, a 627 km de Cuiabá.
Segundo Deyse, ela nasceu em 17 de junho de 1994, mas a mãe dela, Viviane, tinha apenas 12 anos. Isso motivou a avó procurar por pais adotivos que fossem cuidar da menina.
"A avó tinha perguntado para quem estava no corredor: sabe alguém que quer criar uma menininha? Minha filha tem 12 anos e teve uma menina e não posso ir pra casa com ela, senão meu esposo, que é muito rígido, bravo, não vai aceitar. Se eu levar as duas pra lá, pode dar problema", disse.
De acordo com Deyse, os pais adotivos aceitaram adotá-la de imediato.
"Ela saiu comigo nos braços e me criou até hoje. Nunca esconderam minha história. Sempre me contaram que minha mãe não quis me dar, mas minha avó que me deu. Minha mãe era criança e não poderia ficar comigo", contou.
Desde cedo, Deyse pensava em conhecer a mãe biológica. "Fui ficando mais velha, aí tive meu primeiro filho. Então, os colegas dele começaram a questionar sobre onde estavam os avós dele. E eu ficava me perguntando: com quem me pareço?", disse.
A mãe biológica Maria Viviane, fala quando a filha nasceu, tinha 12 anos e, por esse motivo a mãe dela entregou a menina para ser criada por outra família. Mesmo assim, disse que a jovem nunca foi esquecida.
“Sempre chorei quando falava no nome dela, clamando para ter alguma notícia”, relata.
A cozinheira conta que tem mais cinco filhos.
“Todas às vezes que eu me reunia e me reúno até hoje com minha família eu cito minha filha. Meus outros filhos e familiares sempre souberam”, conta.
Atualmente, Maria mora em Cuiabá mas está, desde o final do ano passado, em viagem para a cidade de Chapadão do Sul, em Mato Grosso do Sul, onde mora uma de suas filhas.
Deyse tem dois filhos, um menino de oito anos e uma menina de dois. Com o nascimento desta última, ela passou a enfrentar sérios problemas de saúde, como trombose. Até hoje, ainda não concluiu o tratamento e, além disso, também luta para conquistar a casa própria.
"Cada dia que passava eu me perguntava: eu preciso saber alguma coisa da minha família. Por que tenho esses problemas de saúde?", afirmou.
Ao mobilizar as redes sociais para saber mais sobre a mãe biológica, Deyse conseguiu encontrar o paradeiro dela. Agora, elas planejam se encontrar em breve.
"É um sentimento de ver, de olhar para a outra e tirar todas as dúvidas e querer saber mais uma da outra. Ela está feliz. Todo mundo [da família biológica] está ansioso para me conhecer, mas tem a distância que atrapalha", explicou.