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STF começa a julgar nesta sexta habeas corpus de Allan dos Santos

Blogueiro teve prisão decretada pelo ministro Alexandre de Moraes em outubro e está foragido, nos EUA, da Justiça brasileira

Data: Sexta-feira, 29/04/2022 09:17
Fonte: Carlos Eduardo Bafutto, do R7, em Brasília

O plenário virtual do STF (Supremo Tribunal Federal) começa a julgar nesta sexta-feira (29) o pedido de habeas corpus feito pela defesa do blogueiro Allan dos Santos. Ele é investigado no inquérito das fake news, aberto em março de 2019, que apura o compartilhamento de desinformação além de ofensas e ameaças a ministros do Supremo. Os votos dos ministros devem ser apresentados até 6 de maio. O relator da ação, ministro Edson Fachin, já havia rejeitado monocraticamente o pedido de habeas corpus. 

Allan dos Santos teve prisão decretada pelo ministro Alexandre de Moraes em outubro do ano passado e apresentou em novembro um pedido de habeas corpus. Ele segue foragido nos Estados Unidos desde agosto de 2020. De acordo com a defesa do blogueiro, a prisão de Allan seria "um ataque à liberdade de imprensa".  

Ao longo dos últimos meses, por decisão do ministro Alexandre de Moraes, empresas de redes sociais como Twitter, Facebook, Instagram e YouTube derrubaram canais de Allan dos Santos em suas plataformas. O mesmo ocorreu em relação ao Telegram, que foi instado a bloquear um dos perfis do comunicador, sob pena de ser bloqueado no Brasil.

Em vídeos publicados na internet, o blogueiro aparece criticando ministros do Supremo. Com mandado de prisão em aberto, ele tem frequentado eventos e se encontrado livremente com outras pessoas, além de continuar a atacar o STF e o ministro Alexandre de Moraes, a quem chamou de "psicopata" e "tirano".

Autoridades do Executivo aparecem junto ao blogueiro foragido

O ministro do Trabalho, Onyx Lorenzoni, participou por videoconferência, em março deste ano,  de um congresso realizado nos Estados Unidos que contou com a presença de Allan dos Santos. Onyx apareceu no telão em uma roda de oração, enquanto Allan se posicionou ao lado de um pastor no palco do evento nos Estados Unidos.

Também em um evento em janeiro nos Estados Unidos, o ministro das Comunicações, Fabio Faria, sentou-se ao lado de Allan. Já o embaixador brasileiro em Washington DC, Nestor Foster, esteve com o blogueiro, também em janeiro, no enterro de Olavo de Carvalho.

Tema de grande preocupação durante as eleições de 2018, as fake news voltam à tona para o pleito de 2020, principalmente em um período no qual, por conta do distanciamento social, as campanhas devem se intensificar na internet. Por isso, é importante saber identificar o que é verdadeiro e o que é falso entre as informações compartilhadas no meio digital.

A convite do R7, o e-farsas, site que desde 2002 é especialista na identificação de fake news, preparou uma lista com sete dicas para não cair em boatos divulgados nas redes sociais. Confira

'Um amigo da minha prima disse...'

Tome cuidado com mensagens disseminadas nas redes sociais ou por aplicativos de mensagens oriundas de pessoas que alegam ter ouvido algo do “amigo de um amigo”. Cuidado com informações que não citam uma fonte, mas somente pessoas que ouviram falar ou que souberam por meio de alguém, de um parente etc. Peça por provas concretas. Se não houver ou estiver com dúvida, não compartilhe.

Cuidado com mensagens alarmistas

Desconfie de mensagens alarmistas, como 'COMPARTILHEM AGORA, QUEREM NOS CALAR!'. Geralmente, são repletas de letras maiúsculas que pedem desesperadamente para serem compartilhadas, porque 'forças poderosas' querem esconder a verdade de você. Respire fundo e não se deixe tomar pelas emoções. Pesquise, investigue primeiro. Se não encontrar nada ou estiver com dúvida, não compartilhe.

Isso aconteceu quando?

Preste muita atenção se a notícia que está sendo divulgada é realmente recente. Geralmente as notícias são datadas nos sites e quem quer enganar você divulga algo antigo como se fosse recente ou uma novidade bombástica apenas para influenciar o seu voto. Embora algo possa até ser verdadeiro, assim o era no passado. Muitas vezes uma determinada situação já foi resolvida ou um caso já foi julgado pela Justiça e teve um desfecho positivo para o candidato.

'Você tem que escutar isso aqui!'

Tome cuidado com os áudios que você receber, principalmente por aplicativos de mensagens como o “WhatsApp” e o “Telegram”. Muitas vezes é tentador acreditar que determinada pessoa esteja falando algo bombástico ou alguém tenha presenciado algo inusitado, mas o áudio pode ser falso. Pode ser alguém imitando a voz de um determinado
candidato ou então alegando que viu algo, quando, na verdade, nem saiu de casa para gravar o áudio. Portanto, cuidado: ligue para a pessoa, saiba como ela obteve aquele áudio, vá atrás da informação.

E agora? Como explicar essa foto do candidato?

Preste muita atenção nas fotos que são divulgadas nas redes sociais. Elas podem ser antigas, manipuladas e até mesmo tiradas de contexto, quando o texto que as acompanha não reflete o que realmente aconteceu no momento que foram tiradas. Faça uma pesquisa reversa por imagens em mecanismos de busca ou procure por outras referências sobre a foto que você tiver dúvidas quanto à veracidade.

Você sabe o que seu candidato está fazendo?

Se você já sabe em quem votar, fique de olho na agenda do seu candidato. Muitos divulgam previamente o que farão durante um determinado dia, onde estarão e com quem vão se encontrar, além de fotos desses encontros. Isso ajuda aos seus eleitores caso surja uma notícia falsa sobre o candidato X que foi visto com uma pessoa indesejável Y ou sofreu um acidente num lugar Z, quando na verdade ele estava aí, perto da sua casa.

'Nossa cidade deu exemplo no combate à covid-19'

A pandemia de covid-19 será muito explorada por candidatos a prefeitos e vereadores pelo Brasil. Muitos candidatos irão ressaltar o que fizeram para combater a pandemia em suas cidades. Contudo, será que eles fizeram mesmo tudo aquilo que falaram? Pense bem e pesquise as ações que foram tomadas, quantas pessoas morreram e quantas pessoas realmente foram recuperadas. As medidas foram suficientes?