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Polícia apreende R$ 1,2 milhão com delegada em operação no Rio

Ação tem como alvo grupo liderado por Rogério de Andrade e integrado por Ronnie Lessa, réu pela morte de Marielle Franco

Data: Terça-feira, 10/05/2022 11:41
Fonte: Gabriel Pieroni, do R7*

O MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) prendeu, na manhã desta terça-feira (10), o delegado Marco Cipriano, da Polícia Civil durante operação contra uma rede de jogos de azar e apreendeu R$ 1,2 milhão na casa da delegada Adriana Belém durante cumprimento de busca e apreensão, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio.

Alvo da ação é a quadrilha é liderada pelo contraventor Rogério de Andrade, e seu filho Gustavo de Andrade, que também é integrada por outros criminosos, incluindo o PM reformando Ronnie Lessa, réu pela morte da vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes.

 

Segundo as investigações, Rogério e Gustavo de Andrade comandam uma estrutura criminosa organizada, voltada à exploração de jogos de azar no Rio de Janeiro e em outros estados do Brasil. O domínio do grupo é dividido em dois pilares: corrupção de agentes públicos e o emprego de violência contra concorrentes e desafetos.

Ainda segundo os promotores de Justiça, esta organização criminosa estabeleceu acertos de corrupção estáveis com agentes públicos integrantes de diversas esferas do Estado, principalmente ligados à segurança pública, incluindo tanto agentes da Polícia Civil, quanto da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro.

Em um dos episódios, Cipriano - preso esta manhã - intermediou um encontro entre Ronnie Lessa e Adriana Cardoso Belém, então delegada da polícia titular da 16ª DP (Barra da Tijuca). O encontro viabilizou a retirada de caminhões com mais de 80 máquinas caça-níquel apreendidas em casas de apostas pela polícia, tendo o pagamento da propina sido providenciado por Rogério de Andrade.

A Operação Calígula foi deflagrada para o cumprimento de 29 mandados de prisão e 119 mandados de busca e apreensão, incluindo quatro bingos, tendo ao todo sido denunciadas 30 pessoas, pelos crimes de organização criminosa, corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Parceria antiga

A parceria criminosa entre Rogério de Andrade e Ronnie Lessa é apontada nas denúncias como antiga, havendo elementos de prova de sua existência ao menos desde 2009, quando Lessa, indicado como um dos seguranças de Rogério, perdeu a perna em um atentado à bomba que explodiu seu carro.

Posteriormente, em 2018, ano da morte de Marielle Franco e Anderson Gomes, os dois denunciados se reaproximaram, abrindo uma casa de apostas na localidade conhecida como Quebra-Mar, na Barra da Tijuca, havendo elementos indicando a previsão de inauguração de outras casas na zona oeste do Rio de Janeiro.

O bingo foi fechado pela PM no dia de sua inauguração. Em seguida, após ajustes de corrupção com Policiais Civis e Militares, a mesma casa foi reaberta, e as máquinas apreendidas foram liberadas.